A onda de violência promovida no Reino Unido por grupos de extrema direita continua rendendo discussões no país, as quais abordam, inclusive, o possível envolvimento do bilionário Elon Musk nessas ações.
Segundo algumas autoridades britânicas, o megaempresário tem atuado no caso de duas formas: divulgando notícias falsas com o objetivo de criminalizar as comunidades de imigrantes, especialmente as oriundas de países de maioria islâmica; e se negando a bloquear contas de influenciadores conhecidos da extrema direita britânica, mesmo quando essa ação é solicitada pela Justiça do país.
Essa controvérsia fez com que um ex-executivo do Twitter (plataforma que mudou seu nome para X depois de ser adquirida pelo bilionário sul-africano) sugerisse sanções judiciais contra “empresários de tecnologia que são cúmplices da propagação de fake news” – comentário que foi lido como uma alusão ao papel que Elon Musk vem exercendo nas últimas semanas.
Se trata de Bruce Daisley, que foi vice-presidente da empresa para Europa e África, no período em que ela ainda se chamada Twitter. Para ele, Musk deveria “enfrentar sanções pessoais”, ou até mesmo uma “ameaça de mandado de prisão” se a Justiça considerar que suas ações estão alimentando as ações dos grupos de extrema direita no Reino Unido.
“Não pode ser que o bilionário proprietário da X e outros executivos de tecnologia possam semear discórdia em todo um país impunemente”, disse Daisley, em suas redes sociais.
Daisley também fez uma recomendação fez uma recomendação ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para que “fortaleça as leis de segurança online”.
O pedido incluiu a sugestão de que a Ofcom, entidade britânica responsável pela regulação da mídia, “seja capaz de lidar com as ações rápidas de pessoas como Musk”.
“Na minha experiência, a ameaça de uma sanção pessoal é muito mais eficaz para os executivos do que as multas corporativas”, explica Daisley, que completa dizendo que “se nem as sanções pessoais o fizerem mudar de atitude, deveria ser preso”.
O governo britânico tem feito seguidos apelos às plataformas de redes sociais para agirem de forma responsável no caso dos distúrbios, evitando a propagação de notícias falsas e punindo usuários que promovem as mesmas.
Em um discurso, dias atrás, Starmer culpou as empresas conhecidas como “big techs” por permitirem a propagação de informações falsas com o intuito de criminalizar comunidades de imigrantes.
A declaração soou como uma indireta a Musk, que escreveu em uma postagem que “a guerra civil é inevitável” no Reino Unido, e que, em outra publicação, sugeriu que o governo britânico estaria planejando criar campos de detenção nas Ilhas Malvinas para colocar as pessoas presas por realizar distúrbios e agressões contra imigrantes.