Ex-mordomo do papa furtou mais de mil documentos do Vaticano
Paolo Gabriele está sendo julgado e pode enfrentar até 4 anos de prisão
Mais de mil documentos importantes, muitos deles originais com a assinatura do papa Bento XVI, foram encontrados na casa de seu ex-mordomo, confirmaram nesta quarta-feira (03/10) agentes da força policial do Vaticano no julgamento contra Paolo Gabriele.
“Desde o primeiro momento, o comandante do Corpo da Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano, Domenico Giani, deu ordem a todos de tutelar Gabriele, sua família e seus filhos, e ele mesmo nos agradeceu o tratamento recebido”, disse um dos agentes sobre as denúncias de mau trato feitas pelo ex-mordomo na audiência de ontem.
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Luca Cintia, vice-comissário da Gendarmaria, confirmou ainda que ele foi o responsável pela detenção e custódia de Gabriele e que o ex-mordomo “sempre foi tratado da melhor maneira possível”.
Ontem (02/10), após ser interrogado por sua advogada, Cristiana Arru, Gabriele afirmou que permaneceu detido em uma cela que não cumpria os requisitos mínimos, até o ponto de não poder esticar os braços. Também declarou que sofreu pressões psicológicas, já que – segundo o próprio – durante a primeira noite lhe impediram de usar o travesseiro e que durante 20 dias, a luz permaneceu acesa 24 horas por dia.
Gabriele, de 46 anos, está sendo acusado de roubo com agravantes de documentos reservados do pontífice, delito pelo qual pode ser condenado a até quatro anos de prisão.
A audiência de hoje começou às 9h13 locais (4h13 de Brasília) na sede do Tribunal de Justiça do Vaticano e durou uma hora e meia. A próxima acontecerá no sábado, dia no qual deve concluir o julgamento e ser ditada a sentença.
