Ex-político ucraniano pró-Rússia é morto a tiros na Espanha
Andriy Portnov foi assessor do ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, e tinha relações próximas com governo Putin; agressores não foram identificados
Um ex-político ucraniano foi morto a tiros nesta quarta-feira (21/05) por homens armados não identificados, do lado de fora de uma escola em Madri, no bairro nobre de Pozuelo de Alarcón, de acordo com o Ministério do Interior da Espanha.
A vítima foi reconhecida como Andriy Portnov, de 52 anos, que anteriormente trabalhou como assessor e vice-chefe do gabinete presidencial do ex-mandatário ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovych. Segundo vários meios de comunicação locais, ele tinha acabado de deixar seus filhos no Colégio Americano de Madri quando foi atacado por agressores.
De acordo com as autoridades policiais, testemunhas relataram que Portnov foi baleado “várias vezes” na cabeça e no corpo por mais de um criminoso. Uma fonte policial informou à agência de notícias AFP que o ataque ocorreu no momento em que o ex-político se preparava para entrar em seu veículo, acrescentando que os homens armados fugiram a pé para uma região arborizada. Quando o corpo de bombeiros chegou ao local, a vítima já estava morta, de acordo com os serviços de emergência de Madri.
Opositor do atual presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Portnov foi um dos mais importantes aliados de Yanukovych, sendo também próximo do regime do líder russo Vladimir Putin. Segundo o jornal britânico The Guardian, ele esteve envolvido na elaboração de uma legislação que visou participantes da revolução de 2014 na Ucrânia, antes de o então presidente Yanukovych ser deposto por um levante popular.

Wikimedia Commons/Аліна Кострубіцька
Assim, Portnov fugiu da Ucrânia e, em 2015, foi morar na Rússia para depois se mudar para a Áustria. Em 2018, o serviço de segurança ucraniano abriu uma investigação contra ele por suspeita de traição ao Estado, alegando que o político estava envolvido na “anexação ilegal da península da Crimeia pela Rússia”. Entretanto, o processo criminal foi encerrado em 2019.
Em 2021, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a Portnov sob alegação que ele “tomou medidas para controlar o judiciário ucraniano, influenciar a legislação associada, procurou colocar funcionários leais em altos cargos judiciais e comprar decisões judiciais”.
Portnov também enfrentou sanções por parte da União Europeia, mas que posteriormente foram retiradas. De acordo com um relatório da Radio Free Europe/Radio Liberty, ele passou a morar em Madri em 2024.
(*) Com Deutsche Welle
