O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert foi absolvido das principais acusações de corrupção que enfrentava, mas foi condenado por uma acusação menor, de quebra de confiança. O veredicto, emitido nesta terça-feira (10/07), foi relativamente favorável ao político, que renunciou em 2009 para se defender de acusações que incluíam o recebimento de envelopes cheios de dinheiro e o embolso de lucros em um esquema de reembolso duplo de viagens internacionais.
Efe
Olmert comemora o resultado judicial com a ex-chefe de gabinete Shukla Zaken em tribunal de Jerusalém
Olmert foi declarado culpado de dar empregos e contratos para clientes de Uri Messer, um colaborador próximo, quando era ministro da Indústria e Comércio. A sentença ainda não foi divulgada, mas Olmert pode pegar meses de prisão ou ser obrigado a prestar serviços comunitários, além de estar enfrentando julgamento em um caso de suborno.
“Não existiu corrupção. Não existiu obtenção de dinheiro. Não existiu uso de dinheiro. Não existiram envelopes com dinheiro. Não existe nada do que eles tentaram atribuir a mim”, disse um desafiador Olmert para jornalistas, afirmando que a única condenação deve-se meramente um “lapso de procedimento”, do qual ele já teria aprendido a lição.
Acusações
Eram três as acusações contra o ex-premiê. No caso do “Centro de investimentos”, a Justiça decidiu que o ex-primeiro-ministro é culpado apenas de abuso de confiança, apesar de a Promotoria também acusá-lo de conflito de interesses e fraude, ao entender que concedeu favores e usou seu cargo para beneficiar Messer.
No caso “Rishon Tours”, a Promotoria acusava tanto ele como sua assistente pessoal e chefe de birô, Shukla Zaken, de terem apresentado faturas duplicadas e triplicadas a diferentes organismos e instituições israelenses pelas despesas de deslocamentos ao exterior entre 1993 e 2003, quando Olmert foi prefeito de Jerusalém e ministro da Indústria. A acusação tentou demonstrar que a agência de viagens Rishon duplicava as faturas de bilhetes e reservas de hotel, o que gerava lucros que eram depositados em uma conta privada em nome do ex-primeiro-ministro.
Embora Olmert tenha sido inocentado das acusações, o tribunal declarou Zaken culpado de fraude, abuso de confiança e obtenção de lucros de forma fraudulenta.
No “Assunto Talansky”, do qual Olmert também foi inocentado, estava envolvido o empresário norte-americano Morris Talanksy, que durante um interrogatório policial reconheceu ter entregado ao político israelense envelopes com quantias em dinheiro durante uma década. De acordo com a Promotoria, as somas, que chegariam a US$ 600 mil, não foram declaradas à Fazenda e eram utilizadas para financiar as atividades de seu partido, o Kadima.
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