Ex-presidente da Geórgia é condenado a mais quatro anos de prisão
Mikhail Saakashvili desrespeitou exílio e chegou secretamente a Poti em outubro de 2021
O ex-presidente da Geórgia Mikhail Saakashvili foi condenado por um tribunal em Tbilisi a mais de quatro anos e meio de prisão por entrar ilegalmente no país ao retornar do exílio em 2021.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (17/03) pela agência russa Tass, a qual relatou que foram registrados protestos no tribunal quando a sentença foi lida. Alguns de seus apoiadores foram retirados do local e próprio réu não participou do processo.
Saakashvili, presidente da Geórgia por dois mandatos – de 2004 a 2007 e de 2008 a 2013 -, teve sua cidadania georgiana retirada após deixar seu país em 2014 e adquirir a da Ucrânia, onde chegou a ser governador da região de Odessa.
Em outubro de 2021, porém, ele retornou ilegalmente à Geórgia por meio da cidade portuária georgiana de Poti em uma balsa da cidade ucraniana de Chernomorsk. Saakashvili convocou seus apoiadores para uma marcha até Tbilisi, mas foi detido e iniciou uma greve de fome, a qual fez sua condição física piorar rapidamente.
Desde 2022, Saakashvili está recluso em uma clínica na capital do país e cumpre penas por peculato e abuso de poder. Na semana passada, ele já havia sido condenado a nove anos de prisão por desvio de recursos estaduais.

Saakashvili nega as acusações e chamou sua última sentença de “ilegal” e “injusta”
As autoridades locais abriram várias investigações contra Saakashvili, que nega as irregularidades e chamou sua última sentença de “ilegal” e “injusta”.
— Mikheil Saakashvili (@SaakashviliM) March 17, 2025
Além disso, o ex-presidente georgiano, que se opõe ao partido governante Georgian Dream, o qual favorece laços mais próximos com a Rússia, denunciou ter sido vítima de atos de tortura.
Em 2003, Saakashvili liderou a chamada “Revolução das Rosas”, responsável por derrubar o governo do presidente Eduard Shevardnadze (1995-2003), que havia sido ministro da Relações Exteriores da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) de 1985 a 1991.
As manifestações populares foram convocadas por Saakashvili, que alegava fraude eleitoral no pleito parlamentar realizado no ano.
(*) Com Ansa e Tass
