O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi solto nesta sexta-feira (24/03), após passar cerca de seis anos preso, anunciou seu advogado, Farid El Dib.
“Ele deixou o hospital militar de Maad às 8h da manhã [3h de Brasília] de hoje e se dirigiu à sua casa no bairro de Heliopolis, no Cairo”, declarou o advogado à ANSA.
No último dia 13 de março, a Procuradoria-geral do Egito ordenou a soltura do ex-presidente de 88 anos, deposto e preso em 2011 após uma série de protestos que tomaram a praça Tahrir, na capital egípcia, durante a “Primavera Árabe”.
Agência Efe
Hosni Mubarak durante julgamento em abril de 2015; ele acaba de ser solto após seis anos na prisão
Mubarak, que ficou no poder de 1981 a 2011, tinha sido condenado à prisão perpétua em 2012 por conspirar para assassinar 239 manifestantes. Um tribunal de apelação aceitou um novo julgamento e o absolveu em 2014. Ele estava detido no hospital militar de Maad devido às suas complicações de saúde.
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Segundo ativistas, a libertação de Mubarak representa o fim das tentativas de justiça pelos abusos e a corrupção durante os 30 anos de ditadura (1981-2011) e pela violência durante a revolução de 25 de janeiro, quando 850 pessoas morreram durante a repressão policial nos 18 dias de protestos.
Várias pessoas que participaram das manifestações de 2011 estão presas, cumprindo longas sentenças, dizem organizações de direitos humanos, que também alertam para o desaparecimento forçado de centenas de pessoas envolvidas nos protestos.
“Enquanto Mubarak é libertado no Egito, milhares de detentos ainda definham em condições horríveis na prisão. Muitos foram condenados à morte por acusações relacionadas aos protestos [de 2011] em julgamentos que são um escárnio ao processo justo”, declarou ao site Al Jazeera Harriet McCulloch, vice-diretora de direitos humanos na organização Reprieve.
*Com ANSA