Quinta-feira, 15 de maio de 2025
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Um grupo grande de militares iniciou movimentos no centro de La Paz, capital da Bolívia, na tarde desta quarta-feira (26/06), e tomou a Praça Murillo que dá acesso ao Palácio Presidencial e ao Palácio Legislativo.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, através de suas redes sociais, denunciou uma “mobilização irregular de algumas unidades do Exército Boliviano”.

“A democracia deve ser respeitada”, completou o mandatário, em sua mensagem, sem falar abertamente em uma tentativa de golpe de Estado.

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O termo foi utilizado pelo ex-presidente Evo Morales (2006-2019), ex-aliado de Arce, que afirmou em sua conta no X (antigo Twitter) que “está se preparando um golpe de Estado neste momento”. Apesar de afastado do atual mandatário, Morales convocou uma mobilização popular nas proximidades do Palácio Presidencial para “defender a democracia”.

General faz ameaça

Ao lado dos tanques postados nas proximidades do Palácio Presidencial da Bolívia, o general Juan José Zúñiga, comandante chefe das forças armadas do país, declarou que a movimentação militar tem como objetivo “recuperar a Pátria”.

“​Basta de empobrecer a nossa Pátria, basta de humilhar os militares. Viemos aqui para expressar a nossa molestia”, afirmou o líder militar, sem explicar mais especificamente a razão dessa moléstia.

Twitter / Juliano Medeiros
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CELAC

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que cumpre mandato temporário no comando da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) fez um apelo para que os membros do grupo condenem a tentativa de golpe de Estado na Bolívia.

“Apelo urgentemente aos presidentes dos países membros da Celac para que condenem o fascismo que hoje ataca a democracia na Bolívia e exijam o pleno respeito pelo poder civil e pela Constituição”, escreveu Castro nas redes sociais.

OEA

Quem também se pronunciou sobre a crise boliviana foi o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o diplomata uruguaio Luis Almagro.

Em sua mensagem, Almagro disse que “minhas palavras hoje são de solidariedade com o governo democrático da Bolívia, e em repúdio às ações do exército desse país”.

Tentativa de golpe

O ex-comandante do Exército boliviano Juan José Zúñiga liderou uma tentativa de golpe nesta quarta-feira (26/06) contra o governo de Luis Arce. Com tanques grupos militares armados, os golpistas cercaram a Praça Murillo em La Paz, local no qual está situado o Palácio Presidencial do país.

No dia anterior, Zúñiga foi afastado do cargo que ocupava desde 2022 após ameaçar Evo Morales por se opor a uma possível candidatura do ex-presidente para a disputa das eleições de 2025.

Zúñiga e os militares invadiram o prédio falando em ‘recuperar a Pátria’.

Após esse primeiro momento, Arce denunciou uma “mobilização irregular de algumas unidades do Exército Boliviano”, enquanto Morales afirmou que os militares estavam “se preparando um golpe de Estado”.

A tentativa foi frustrada após Arce encarar o ex-general e dar posse a novos comandantes militares, sendo eles: José Wilson Sánchez Velasquez, no Exército; Gerardo Zabala Alvarez, na Força Aérea, e Wilson Ramírez, na Marinha.

Durante seu pronunciamento logo após a posse, o novo comandante do Exército, Sánchez Velasquez, ordenou que as tropas mobilizadas nas ruas durante o golpe voltassem imediatamente aos quartéis, o que foi cumprido pelos soldados que, minutos antes, estavam obedecendo a Zúñiga.

Por usa vez, o presidente Arce agradeceu aos bolivianos que se mobilizaram para rechaçar o golpe.