Niccolò Monicelli, neto do cineasta italiano Mario Monicelii, que se suicidou ontem (29/11) em Roma no hospital San Giovanni, afirmou hoje (30/11) que não será realizado nenhum tipo de velório para o mestre da comédia italiana.
Monicelli “será levado para Monti, o bairro onde vivia em Roma, para um último adeus aos monticianos [cidadãos locais]. E, depois, o corpo irá para a Casa do Cinema, onde será saudado por todos aqueles que quiserem lhe oferecer uma última homenagem”, detalhou o neto.
Niccolò, que está junto com a família na câmara mortuária do hospital San Giovanni, informou que o corpo do diretor será cremado “de forma privada, na presença apenas da família”.
“A família não acha necessário fazer um velório”, acrescentou ele, destacando que tudo será realizado “em respeito à vontade de Mario Monicelli e de toda a família”.
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O cineasta, de 95 anos, suicidou-se ontem à noite ao se jogar de uma janela do quinto andar do hospital, onde estava internado com câncer terminal na próstata.
“Não é um final trágico, é um homem que viveu”, afirma Niccolò, que rejeita a idéia de que o gesto do “grande velho” do cinema italiano deva ser interpretado de forma dramática.
Ao responder a pergunta dos jornalistas se Monicelli teria de alguma forma manifestado, no fim, suas intenções à família, Niccolò respondeu: “me parece que ele deixou muitas mensagens. Lembrem dele com os seus filmes”.
Na câmara mortuária estavam presentes a última companheira do cineasta, Chiara Rapaccini, e as três filhas.
“Expresso a minha dor e do Governo italiano pelo trágico desaparecimento de Mario Monicelli, mestre da cinematografia italiana”, escreveu o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, em um telegrama enviado à família.
Por sua vez, a Stefania Sandrelli classificou hoje o ato de Monicelli como “um extremo gesto de liberdade”. Ela fez três filmes com o cineasta, entre eles “Brancaleone e as Cruzadas”, de 1970.
Monicelli, nascido em Viareggio, uma cidade litorânea na região da Toscana, em 15 de maio de 1915, fez vários filmes de sucesso, entre eles, “O Incrível Exército de Brancaleone”, “Quinteto irreverente”, “Meus Caros Amigos” e “Parente é Serpente”. Ele dirigiu mais de 60 longas-metragens e escreveu mais de 80 roteiros.
O mestre da comédia italiana era filho do crítico teatral e jornalista Tommaso, que também se suicidou, em 1946. Monicelli chegou a estudar História e Filosofia na cidade de Pisa.
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