O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, celebrou hoje (19) os 30 anos do triunfo da Revolução Sandinista proclamando apoio à volta do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, ao governo do país. Em discurso, ele também acusou a CIA de ter participado do golpe hondurenho, embora tenha dito que a administração de Barack Obama não teria sabido de nada.
Centenas de milhares de nicaraguenses celebram o anviersário da Revolução Sandinista, em Manágua – Mario López/EFE
De acordo com Ortega, a negociação promovida pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, está sendo instrumentada nos Estados Unidos, o que seria inaceitável. “Os direitos não podem ser negociados, simplesmente há que se restituir o presidente Manuel Zelaya”.
Segundo o mandatário nicaraguense, o governante constitucional da nação vizinha regressará porque esta é a vontade do povo de Honduras. “Zelaya será restituído pacificamente pelo povo, não por capacetes azuis nem por forças intervencionistas”, assegurou em discurso a centenas de milhares de pessoas na Praça da Fé João Paulo II, em Manágua.
Ele pediu às Forças Armadas de Honduras que se abstivessem de reprimir aqueles que demandam o retorno de Zelaya. Ortega também disse que considera a revolução “viva” graças ao apoio de importantes aliados econômicos, como a Venezuela de Hugo Chávez.
Poucos antes do discurso do presidente, a chanceler hondurenha, Patricia Rodas, assegurou que “hoje se acabou o tempo para os golpistas” e anunciou que o presidente constitucional, Manuel Zelaya, chegará ” acompanhado do povo e países irmãos” ao país.
Outras personalidades que atenderam ao evento foram a presidenta da Assembleia Nacional venezuelana, Cilia Flores, o chanceler venezuelano Nicolás Maduro, a líder indígena guatemalteca, Rigoberta Menchú e a senadora colombiana Piedad Córdoba, assim como delegações de diversos países latino-americanos. A ausência mais sentida foi a do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que mandou mensagem de felicitação ao povo nicaraguense.
Histórico
A revolução sandinista ou nicaraguense começou em 1963, protagonizada pela Frente Sandinista de Liberação Nacional (FSLN), chamada assim em memória de Augusto Cesar Sandino, seu líder.
Em 19 de julho de 1979 o regime ditatorial de Anastasio Somoza Debayle foi derrotado, após a permanência por 45 anos da família Somoza no poder. Uma vez instalados no governo, os sandinistas fizeram uma série de reformas sociais, mas enfrentaram fortíssima oposição dos Estados Unidos, que financiaram um movimento guerrilheiro – os contras, ou contra-revolucionários – para desestabilizar o governo sandinista.
O regime revolucionário durou até 1990, quando saiu do poder por eleições livres. O país teve, em seguida, três governos neoliberais.
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