O ex-presidente argentino Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu nesta quarta-feira por problemas no coração, foi lembrado na Itália durante a entrega dos prêmios do XXV Festival do Cinema Latino-Americano de Trieste.
No encerramento do evento, na noite deste sábado (30), o presidente do júri, o cantor argentino León Gieco, destacou como o compromisso político do ex-mandatário — continuado por sua esposa e atual chefe de Governo, Cristina — permitiu a retomada da economia local após a crise do início da década.
O artista também apontou que a gestão de Kirchner se caracterizou pelo “respeito aos direitos humanos e à memória” das vítimas da ditadura militar (1976-1983), segundo informações divulgadas neste domingo (31) no site do festival.
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Durante o regime, o ex-presidente — que nesta época já era casado com Cristina — militou em uma corrente de esquerda. Além disso, ele é bastante lembrado porque foi durante sua administração que foram revogadas as leis de anistia que beneficiavam os repressores da ditadura.
Na cerimônia de premiação de Trieste, Gieco dedicou duas músicas a Kirchner, “La memoria” e “Solo le pido a Dios”, interpretando-as ao vivo.
Entre aplausos do público, o artista recordou que ambas canções foram cantadas por ele junto ao ex-mandatário em manifestações pelas vítimas da ditadura realizadas em centros de detenção clandestinos, um em Córdoba e o outro em Buenos Aires — este último a Escola de Mecânica da Marinha (Esma), onde hoje funciona o Museu da Memória.
Iniciado no dia 21, o Festival do Cinema Latino-Americano de Trieste foi encerrado oficialmente neste domingo (31). O grande vencedor desta edição foi o filme costa-riquenho “Gestación”, de Esteban Ramírez, que levou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Interpretação para a protagonista Adriana Álvarez.
Também foram laureados “Ojos bien abiertos”, produção conjunta de Uruguai, Argentina e França, de Gonzalo Arijón; “El ultimo comandante”, originário da Costa Rica e do Brasil, de Isabel Martínez e Vicente Ferraz; “A um metro de ti”, de Daniel Henríquez, do Chile; entre outros.
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