O prefeito da cidade de Davao, ao sul das Filipinas, Rodrigo Duterte, venceu as eleições presidenciais do país nesta segunda-feira (09/05). Os resultados não são oficiais, mas, com 89% dos votos apurados, Duterte — que obteve quase 39% deles — já não pode mais ser ultrapassado e o sistema eleitoral do país não prevê um segundo turno.
“É com humildade, extrema humildade que eu aceito isto, o mandato do povo”, disse Duterte à AFP. O candidato fez uma campanha em que defendeu “eliminar os criminosos” para erradicar a pobreza. Ele também tem o hábito de fazer piada sobre sua capacidade sexual e afirmou durante a campanha que teria gostado de estuprar uma missionária australiana que foi assassinada nas Filipinas em 1989.
Agência Efe
Rodrigo Duterte foi eleito presidente
“Esqueçam as leis de direitos humanos. Se eu chegar ao palácio presidencial, irei fazer exatamente o que fiz como prefeito. Traficantes, assaltantes e vagabundos, é melhor vocês irem embora porque eu os mataria [se eleito]”, disse o candidato durante sua campanha.
Grupos de direitos humanos afirmam que Duterte permitiu que grupos de “justiceiros” matassem mais de mil suspeitos de terem cometido crimes durante seu mandato como prefeito de Davao, acusação que ele nega e da qual já se gabou. O atual presidente do arquipélago, Benigno Aquino, chegou a comparar Duterte a Adolf Hitler.
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Durante as eleições desta segunda, a população também votou para eleger um vice-presidente. Maria Leonor Robredo, advogada e ativista social do Partido Liberal, o mesmo de Aquino, atual presidente, lidera a disputa. Mas ela ainda pode ser ultrapassada por Ferdinand Marcos Jr., filho de Ferdinand Marcos, ditador que governou o país entre 1965 e 1986.
Candidata trans é eleita deputada
A jornalista trans Geraldine Roman foi eleita deputada pela província de Bataan, na região central da ilha de Luzon, tornando-se a primeira pessoa abertamente LGBT a integrar o Congresso Nacional filipino.
Em sua campanha, Roman havia prometido combater a discriminação contra pessoas trans na política e dar continuidade às políticas sociais em Bataan que foram implementadas por seus pais, ambos ex-deputados.
Violência marca eleições gerais
As autoridades filipinas registraram 22 casos de violência durante as eleições gerais desta segunda-feira, nas quais 54,3 milhões de eleitores foram às urnas.
A maioria dos casos ocorreu na ilha de Mindanao, maior e principal do sul do país, com emboscadas, disparos indiscriminados, incêndios e três explosões.
Até o momento, dez pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas.
Incidentes violentos durante períodos eleitorais nas Filipinas são frequentes, especialmente nas regiões onde há conflito entre diferentes clãs familiares. Por isso, nessa época, os cidadãos são proibidos de portar armas de fogo em locais públicos.