(atualizada às 17h08, 17h19 e às 17h51)
Uma mulher que viajou para o Haiti foi hospitalizada na Flórida (EUA), onde mora, após ser diagnosticada com sintomas de cólera, informou a imprensa local.
A mulher está em boas condições, disse o médico Thomas Torok, do departamento de epidemiologia da Flórida, e explicou que outros possíveis casos em diferentes condados estão sendo analisados, segundo o jornal Miami Herald.
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A paciente, que não teve sua identidade divulgada, é moradora do condado de Collier, na Flórida, e tinha estado no Haiti para visitar a família.
De acordo com o jornal norte-americano, ela teria estado na mesma região onde começou o surto da doença, no mês passado.
As autoridades de saúde do estado disseram que as leis de privacidade locais proíbem a divulgação de maiores detalhes sobre o caso.
A secretaria estadual de Saúde da Flórida disse que está investigando outros possíveis casos de cólera no estado. Os médicos foram instruídos a informar qualquer caso suspeito em pessoas que tenham viajado para o Haiti. Mas, Segundo o órgão, é pouco provável a disseminação da cólera nos EUA, devido às condições sanitárias no país.
“A cólera não se transmite facilmente de uma pessoa para outra, exceto em situações como no Haiti. Nós não prevemos que veremos nenhuma disseminação sustentável. O risco é tão baixo porque nossos sistemas de água e saneamento realmente minimizam o risco”, disse Torok ao jornal.
Segundo o médico, o surto da doença no Haiti “reflete uma série de
problemas com a infraestrutura do país” e a impossibilidade do governo
haitiano em garantir saneamento básico e abastecimento de água tratada
para toda a população.
A Flórida tem uma comunidade de imigrantes haitianos de tamanho considerável.
De acordo com o Miami Herald, durante a última epidemia de cólera nos EUA, que começou no Peru em 1991, a Flórida teve cerca de 20 casos importados da doença. Nenhum desses pacientes chegou a transmitir a bactéria para ninguém, de acordo com dados oficiais.
Desde outubro, a epidemia de cólera já matou mais de 1.000 pessoas no Haiti, o país mais pobre do continente, que ainda não se recuperou da devastação do terremoto de janeiro deste ano.
Cerca de 9 mil pessoas estão internadas no país sob tratamento.
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A suspeita de que o surto teria sido iniciado por soldados nepaleses da missão de paz da ONU, que teriam ido infectados de seu país natal para o Haiti, gerou protestos violentos dos haitianos contra os capacetes-azuis. Pelo menos duas pessoas morreram na violência das últimas semanas.
Na terça-feira (16/11), foi divulgado que a doença já chegou à República Dominicana, país vizinho do Haiti e que divide com ele a ilha de Hispaniola, no Caribe. O paciente está internado num hospital dominicano e, segundo os médicos, seu estado de saúde é “estável”.
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