As manifestações da oposição venezuelana desta quinta-feira (09/01), véspera da posse do presidente Nicolás Maduro, mostraram-se um fracasso.
O objetivo declarado era impedir a posse, mas elas aglomeraram poucas pessoas nas regiões no qual se esperavam os atos.
Em Chacao, na área metropolitana de Caracas, por exemplo, era esperado mais manifestantes já que a líder da oposição María Corina Machado esteve presente, como se observa em vídeo da Internet.
Mesmo em seu momento auge, quando discursou a ultradireitista Corina Machado, que há meses não era vista em público, a manifestação não reuniu mais do que algumas centenas de pessoas. O grupo mal preenchia o espaço das esquinas da Avenida Francisco Miranda com a Av. República Dominicana.
Tampouco se viam nas ruas muitas pessoas vestidas de amarelo, azul e vermelho, como a líder da oposição havia pedido que fizessem em sinal de protesto contra Maduro.
Ela está à frente da maior coalizão de oposição ao governo, que contesta o resultado das eleições afirmando que o ultradireitista Edmundo González Urrutia ganhou por ampla margem. O Conselho Nacional Eleitoral, porém, confirmou a eleição de Maduro.
Prisão forjada
A oposição ultradireitista da Venezuela espalhou na tarde desta quinta-feira, após a manifestação em Chacao, Corina Machado havia sido presa.
Pelas redes sociais, o Comando Nacional de Campanha de Machado e do candidato derrotado disse nas redes que agentes policiais dispararam contra as motocicletas que a transportavam, enquanto ela deixava o local.
No entanto, o governo venezuelano e meios de comunicação desmentiram o caso. Segundo eles, a oposição ultradireitista forjou a detenção para “tampar o fracasso” das manifestações, disse o La Iguana.
Já o chanceler Yván Gil comentou que a opositora tentou uma “operação de falsa bandeira” ao tentar “burlar a direita e o fascismo internacionais”.
Ingerência externa
Após contestar os resultados das eleições, González fugiu para o exterior para não ser preso. Desde então se reuniu com líderes da direita de diversos países, incluindo o presidente norte-americano Joe Biden, para pedir seu apoio para assumir a Presidência da Venezuela.
Há dois dias, ele usou suas redes sociais para se dirigir aos militares venezuelanos pedindo também o seu apoio.
Parte importante da própria oposição venezuelana, porém, não apoia González. A coalizão Aliança Democrática, cujos deputados representam 18% do Parlamento, declarou que a extrema direita é uma tragédia para o país.
Em documento divulgado terça-feira (07/01), a coalizão se declarou contrária à violência e à ingerência externa e defendeu o caminho do diálogo para corrigir os rumos do país.