Por falta de quórum, o parlamento do Líbano não conseguiu eleger nesta quarta-feira (07/05) o novo presidente do país na terceira sessão de votações por falta de quórum, como já ocorreu na última rodada, realizada há uma semana.
O presidente da Câmara, Nabih Berri, suspendeu a sessão devido à ausência de 60 deputados, entre eles todos os membros do grupo parlamentar do grupo xiita Hezbollah.
Berri fixou a nova audiência para definir o novo presidente para 15 de maio, apenas dez dias antes de que expire o mandato de seis anos do atual líder, Michel Suleiman.
A partir dessa data, o parlamento se transforma durante dez dias em colégio eleitoral e os deputados não necessitam ser convocados e podem se reunir a qualquer hora.
Agência Efe
Libaneses em passeata comemorativa do 1º de maio; mandato do atual presidente libanês expira no dia 25
Para o presidente ser eleito é necessária agora a aprovação de maioria absoluta, enquanto no primeiro turno, realizado em 23 de abril, precisava-se de dois terços. Nenhum dos dois candidatos, Samir Geagea e Henri Helu, conseguiu votos suficientes.
Tudo indica que a presidência pode ficar vaga durante certo tempo devido às posturas irreconciliáveis das antagonistas Forças de 14 de Março (antigoverno sírio) e Forças de 8 de Março (favoráveis a Damasco e lideradas pelo Hezbollah).
As Forças do 8 de Março não apresentaram até agora nenhum candidato oficial, embora apoiem o general Michel Aoun, enquanto o outro postulante, Geagea, pertence ao grupo rival.
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Geagea advertiu hoje em entrevista coletiva que existe o “perigo” que não se possa escolher um sucessor de Suleiman antes de 25 de maio, e acusou as Forças de 8 de Março pela atual situação.
“Mais uma vez, bombardearam a eleição pondo em perigo o prazo constitucional. A ausência dos deputados é uma violação da Constituição e das regras internas do parlamento”, denunciou.
Geagea disse que sua candidatura não é a que impede que se obtenha quórum no parlamento, e lamentou que o “8 de Março não conheça o princípio de consenso e queira impor seu próprio candidato” para que ajude o Hezbollah.
“A não eleição de um presidente pretende marginalizar mais ainda os cristãos”, acrescentou.
Segundo o sistema confessional em vigor no Líbano, o presidente deve pertencer à comunidade cristã maronita, o primeiro-ministro à muçulmana sunita, e o chefe do parlamento à muçulmana xiita.