O governo da França declarou nesta quinta-feira (16/05) Estado de emergência na Nova Caledônia, arquipélago na Oceania colonizado pelo país europeu desde 1853.
O decreto assinado pelo presidente francês Emmanuel Macron prevê o envio a Numea, capital da colônia, um contingente de mais de dois mil militares e policiais franceses para tentar conter a onda de protestos contra uma reforma eleitoral que tem causado grande indignação na população local e permitiu a renovação do movimento separatista organizado pelo povo originário kanak.
Segundo o jornal britânico The Guardian, as autoridades francesas que controlam a ilha reclamaram de manifestações envolvendo mais de cinco mil pessoas, a grande maioria na capital da ilha. Mais de 200 pessoas foram presas desde segunda-feira (13/05), de acordo com reportes locais.
Reforma questionada
A decisão do governo francês é resultado do conflito iniciado há três dias no país, desde a imposição por parte de Paris de uma reforma eleitoral que daria direito a voto aos franceses residentes no arquipélago.
Atualmente, só as pessoas nascidas em Nova Caledônia ou que moram no território ultramarino há mais de dez anos podem votar e se candidatar nas eleições locais. Esses processos podem eleger somente representantes do parlamento local.
A administração do arquipélago é responsabilidade de um alto comissário imposto pelo governo da França. O cargo é ocupado atualmente por Louis Le Franc, político nomeado por Macron.
O povo originário kanak reclama há décadas por uma maior autonomia política para a Nova Caledônia, e alguns setores dessa comunidade formam parte de um movimento separatista que existe há décadas e que conseguiu mobilizar mais pessoas nos últimos dias a partir da insatisfação gerada pela reforma eleitoral.