Cinquenta e três por cento das pessoas que se declararam homossexuais, bissexuais ou transgêneros na França já foram vítimas de agressões, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27/06) pelo instituto IFOP, a pedido de associações de luta pelos direitos LGBT.
Vinte e oito por cento dos 994 entrevistados, que responderam um questionário on-line, declararam ter sido vítimas de insultos. Além disso, 24% deles sofreram diferentes tipos de abusos, 18% receberam ameaças e 11% relataram um estupro. Os resultados, revelados a três dias da Gay Pride de Paris, foram apresentados nesta quarta-feira pela manhã à ministra Marlène Schiappa, secretária de Estado para a igualdade entre homens e mulheres. Ela reconheceu o “atraso” francês na coleta de dados sobre a questão.
“É importante ter dados precisos que nos ajudem a superar os clichês e as representações, que são necessariamente tendenciosas”, declarou, lembrando que as pesquisas permitem “adaptar as políticas públicas”. Os dados revelam, por exemplo, que nos meios rurais esse tipo de agressão é menos frequente. Por outro lado, em bairros como o Marais, no 3° e 4° distrito de Paris, onde estão concentrados a maioria dos bares e casas noturnas gays, os abusos são mais comuns.
No início do ano passado, uma rua do bairro, pintada com as cores do arco-íris, que representa o orgulho gay, foi destruída e coberta com insultos homofóbicos. No Twitter, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse que entraria com uma ação judicial para investigar o caso.
Penalização das agressões verbais
As agressões ocorrem nas escolas, no transporte coletivo, na rua, no local de trabalho e dentro da própria família. Por este motivo, 43% dos entrevistados disse que evita beijar ou abraçar um parceiro em público, e também prefere não frequentar certos lugares.
A maioria dos participantes da pesquisa é favorável à penalização dos insultos contra homossexuais, como é o caso das agressões verbais racistas. Em maio, a ONG francesa SOS Homofobia revelou que o número de atos homofóbicos na França aumentou em 2017 pelo segundo ano consecutivo.
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Wikimedia Commons
Mais da metade dos homossexuais franceses já sofreu agressões, mostra pesquisa