O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi condenado pela sala penal especial da Corte Suprema de Justiça de Lima a sete anos e seis meses de prisão por ter entregue propina de 15 milhões de dólares a seu ex-assessor Vladimiro Montesinos em setembro de 2000. Fujimori foi condenado também a dois anos e dez meses de inabilitação para exercer um cargo público e a pagar 3 milhões de sóis (1 milhão de dólares) em reparação ao Estado peruano. Ele disse que apelará da decisão.
O escândalo veio à tona com a divulgação do primeiro ‘vladivideo’, como foi chamada a gravação de uma reunião ilegal entre congressistas da oposição recebendo pagamento em dinheiro de Montesinos para respaldar o fujimorismo no Legislativo, durante o terceiro mandato do ex-presidente. O vídeo desencadeou uma crise política e a necessidade de romper com o assessor.
Vídeo que mostra o ex-assessor Vladimiro Montesinos pagando propina ao ex-deputado da oposição, Alberto Kouri
Na terceira audiência do caso, na sexta-feira (17), o ex-presidente explicou que o dinheiro foi necessário para evitar um golpe de Estado em setembro de 2000.
Segundo Fujimori, que disse não ter tirado “jamais” dinheiro dos cofres do Estado, uma vez que se tornou pública a imensa rede de corrupção que Montesinos comandava, seu assessor “entendeu” que seus serviços não eram mais necessários. “É por isso que ele (Montesinos) decidiu começar a preparar um golpe de Estado contra meu governo”, assinalou o ex-presidente.
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Fujimori explicou que o então ministro da Economia, Carlos Boloña, tentou, “por sua própria iniciativa”, dissuadir Montesinos “de sua tentativa de golpe de Estado em troca de um pagamento”.
Depois, Boloña, junto ao primeiro-ministro, Federico Salas, lhe explicaram que “a única alternativa para evitar um mal maior ao país era aceitar a condição do ex-assessor, que literalmente vendia sua saída”, enfatizou Fujimori.
O promotor Avelino Guillén disse que a versão de Fujimori sobre o suposto golpe de Estado “é absolutamente falsa”.
Fujimori era acusado pelos delitos de peculato e falsidade ideológica. Ele tem pela frente mais três julgamentos.
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