O fundador do Telegram, Pavel Durov, foi acusado nesta quarta-feira (28/08) pela Procuradoria de Paris de por uso criminoso de seu aplicativo Telegram, incluindo terrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e fraude.
O empresário, nascido na Rússia e com cidadania em vários países, incluindo a França, foi detido no último sábado (24/08) em um aeroporto de Paris e colocado sob supervisão judicial durante quatro dias. Após receber acusação, Durov pagou fiança no valor de 5 milhões de euros (R$31 milhões) e está impedido de deixar o país europeu.
Segundo a Procuradoria de Paris, o fundador do Telegram, foi acusado de cerca de 10 crimes: cumplicidade na administração de plataforma online para transações ilegais por um grupo organizado; recusa em fornecer informações ou documentos a órgãos autorizados; ocultação de crimes como parte de um grupo criminoso organizado; fornecimento de serviços de criptografia sem a devida autorização; importação de ferramentas de criptologia sem notificação prévia; cumplicidade na distribuição, por um grupo organizado, de imagens pornográficas de menores; tráfico de drogas; fraude por um grupo organizado; cumplicidade na transferência de ferramentas ou programas destinados a invasões de sistemas de processamento de dados; e participação em uma comunidade criminosa para cometer crimes.
Como parte da sentença, Durov também deve cumprir a obrigação de se apresentar à justiça francesa duas vezes por semana.
Posição russa
O governo da Rússia, que se posicionou em relação à detenção de Durov, alegando motivações políticas na ação francesa, declarou que “não faz nenhuma avaliação das acusações” recebidas pelo empresário, “mas está observando a investigação”.
As afirmações, feitas pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias TASS, também abordaram a pauta política.
“Não acho que devemos continuar dando nenhuma avaliação agora. O importante é evitar que a [investigação] em andamento na França se torne perseguição política”, acrescentou Peskov em coletiva de imprensa.
O representante russo afirmou ainda que Durov é considerado um cidadão russo e que o país “estará pronto para fornecer assistência a ele se necessário”. “Veremos o que acontece a seguir”, finalizou.
(*) Com Sputnik