Sob o comando do presidente da França, Nicolas Sarkozy, e do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, representantes de 60 países e organizações internacionais se reúnem nesta quinta-feira (01/09), em Paris, para definir as medidas que serão adotadas para ajudar a Líbia. A presidente Dilma Rousseff determinou que o embaixador extraordinário do Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto – que responde atualmente pela embaixada brasileira no Egito – represente o governo.
A reunião ocorre no mesmo dia em que o líder líbio, Muamar Kadafi, celebraria 42 anos de poder. Historicamente, Brasil e Líbia sempre tiveram boas relações comerciais e econômicas, pois os líbios são importadores de produtos agrícolas. No entanto, em fevereiro, o Brasil ratificou as sanções impostas pelas Nações Unidas ao país, suspendendo as operações com os líbios.
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Na semana passada, o chanceler Antonio Patriota negou riscos de rompimento de acordos com empresários brasileiros. A Petrobras e as construtoras Odebrech e Queiroz Galvão têm investimentos na Líbia, mas desde o começo dos conflitos em fevereiro suspenderam obras e retiraram os funcionários.
As discussões hoje estão marcadas para as 17h (por volta do meio-dia em Brasília) no Palácio do Eliseu – sede da Presidência da França. Diferentemente do Brasil, a França e o Reino Unido defenderam a intervenção da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia e reconheceram imediatamente a oposição como legítima representante do governo de transição.
Porém, as discussões hoje deverão se concentrar em medidas eficientes que colaborem para a reconstrução do país, depois de cerca de seis meses de guerra civil, sob coordenação da comunidade internacional. Os governos da Itália e França anunciaram o desbloqueio de recursos, atendendo a pedido do Conselho Nacional de Transição (CNT).
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Os líderes da comunidade internacional também querem definir alternativas que garantam a segurança na Líbia e a organização de futuras eleições. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse que a expectativa é que na reunião de hoje seja autorizada a liberação de cerca de US$ 175 bilhões para a Líbia.
Porém, a maior parte dos que estarão na reunião em Paris não atenderá a outro apelo do CNT: retirar as tropas da OTAN. O chanceler turco disse que as tropas deverão ser mantidas no país até a implantação de governos nas províncias. Confirmaram presença nas discussões de hoje a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e chanceler Angela Merkel, assim como o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.
O Brasil e a China não reconheceram o CNT como único representante legítimo do povo líbio e responsável pelo processo de transição. Porém, os representantes dos dois países foram convidados para a reunião. As delegações desses países — além da Rússia, que hoje reconhece o CNT — também se abstiveram na reunião do Conselho de Segurança da ONU que aprovou a intervenção militar na Líbia e criou a zona de exclusão aérea.
*Com informações da emissora estatal de rádio da França, RFI, e agência pública de notícias de Portugal, Lusa
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