O gabinete grego deu nesta quarta-feira (02/11) apoio unânime ao plano do primeiro-ministro George Papandreou de realizar um referendo sobre o pacote de auxílio da zona do euro fechado na última semana. A consulta popular deve acontecer em dezembro, conforme adiantou o governo.
Em uma reunião que se estendeu até a madrugada, Papandreou disse aos ministros que o governo necessitava do consentimento do povo grego. Papandreou anunciou que o voto “será vinculativo” e que se o povo grego disser “não” ao acordo feito com os parceiros europeus, este não será promulgado.
“O referendo será um mandato claro e uma mensagem clara, tanto dentro como fora da Grécia, sobre o nosso rumo europeu e da nossa participação no euro”, afirma declaração do gabinete do primeiro-ministro.
O chefe do Governo grego também disse que os parceiros da Grécia apoiarão as suas políticas e apelou a que a reunião do G20, esta semana em Cannes, sirva para estabelecer políticas que garantam “que a democracia está acima dos apetites dos mercados”.
Pânicos nas bolsas
O anúncio de que a Grécia vai fazer um referendo causou pânico nos mercados financeiros. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, convocou o premiê grego a Cannes, onde será realizada a partir de amanhã a reunião anual de cúpula do G20.
Na reunião, é esperado que Papandreou diga aos líderes europeus que o referendo era a única saída para superar a resistência ao plano, que é extremamente impopular.
Depois de falar ao telefone com a chanceler alemã ontem, o presidente francês considerou “irracional e perigosa” a medida proposta por Papandreou. Paris e Berlim emitiram um comunicado em que declaravam querer a aplicação do acordo de Bruxelas, por inteiro, no mais curto espaço de tempo possível. Segundo Merkel e Sarkozy, as medidas do acordo são agora “mais necessárias do que nunca”.
“A França e a Alemanha estão convencidas de que este acordo permitirá à Grécia regressar a um crescimento sustentável” diz o comunicado.
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