Quinta-feira, 17 de julho de 2025
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Atualizada às 16h26

As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo colombiano concluíram neste domingo (30/11) o processo de libertação do general Rubén Darío Alzate e mais duas pessoas capturadas pela guerrilha no dia 16 de novembro, em uma região de confronto. O incidente levou o mandatário Juan Manuel Santos a suspender unilateralmente os diálogos de paz travados com a guerrilha em Havana.

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TeleSUR

Prisioneiros foram entregues ao Comitê da Cruz Vermelha e a representantes de Cuba e Noruega, garantidores das conversas em Havana

Alzate e as outras duas pessoas foram liberadas e estão em perfeitas condições, como escreveu o presidente Juan Manuel Santos em seu Twitter. Além do general, a guerrilha também entregou o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego, capturados junto com Alzate.

Na semana passada, as FARC já haviam libertado os soldados César Rivera e Jonathan Díaz.

Agência Efe

Diversos operativos do Exército foram enviados para a região onde militares foram libertados

A expectativa agora é pela retomada dos diálogos de paz. “É evidente que essa decisão contribui para recuperar o clima propício para continuar os diálogos, demonstra a maturidade do processo e nos permite unir nossa voz à de milhões de colombianos que expressam sua solidariedade com os libertados”, expressou o presidente neste domingo.

A insurgência, no entanto, argumenta que a confiança entre as partes foi rompida com o incidente e, para que as negociações sejam retomadas, é preciso “recompor a confiança entre as partes e gerar mecanismos para que ações como esta não voltem a acontecer”, afirmou o porta-voz da guerrilha Marco León Calarcá, em entrevista a Opera Mundi.

Ele acrescentou que “o governo não pode pretender retirar-se da mesa e depois voltar para dialogar com as FARC como se não tivesse acontecido nada. É preciso recompor essa confiança, gerar mecanismos e ver o que acontece quando se viola o acordo geral”.

Militar e dois companheiros ficaram em poder da guerrilha por 15 dias; expectativa agora é sobre conversas em Havana, suspensas pelo governo

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Alzate, vestido de civil e desarmado, rompeu todos os protocolos de segurança em meio à guerra ao ser capturado e por isso será convocado a prestar explicações no Senado para esclarecer as circunstâncias nas quais foi capturado pelos insurgentes, como anunciou o presidente da Segunda Comissão da Câmera Alta, Jimmy Chamorro. Autoridades do Ministério de Defesa também serão convocados a prestar esclarecimentos.

Cessar-fogo

Após o incidente com a captura do general Alzate, as FARC voltaram a insistir que o governo colombiano aceite implementar um cessar-fogo bilateral para facilitar as negociações de paz. O mandatário, no entanto disse que tal acordo é “inviável”.

Agência Efe

Integrantes da Mesa de Diálogos das FARC permaneceram em Havana, trabalhando, mas sem a presença dos representantes do governo

Na quarta-feira (19/11), quando foi celebrado o segundo aniversário das negociações, o porta-voz da guerrilha na mesa de diálogos, Iván Márquez, comentou que “o governo, tendo ordenado acirrar a ofensiva contra a insurgência, quando recebe golpes que envolve a captura de prisioneiros, tal como ocorreu [com o general] (…), suspende os diálogos. Não é admissível que quem declara guerra sem quartel, em meio a ela queira que seus soldados e generais sejam intocáveis”, afirmou. 

Apesar da existência da Mesa de Diálogos, não foi acordado um cessar-fogo entre ambas as partes. Santos afirmou, epetidas vezes que “Vamos negociar como se não houvesse terrorismo e vamos combater terroristas como se não houvesse negociação de paz.