O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, anunciou nesta quinta-feira (28/11) que o país suspenderá seu processo de adesão à União Europeia (UE) até 2028.
Kobakhidze tomou a decisão após o Parlamento Europeu criticar as eleições parlamentares de 26 de outubro na Geórgia, as acusando de não serem livres, ou justas. As informações são da Euronews.
Em sua declaração, o primeiro-ministro enfatizou que a Geórgia é uma nação europeia e a responsabilidade de tornar o país um membro pleno da União Europeia é sua, colocando, também, que o país não aceita que sua integração seja tratada como um favor concedido pelo bloco.
O político, que assumiu o governo do país em 2024, ainda colocou que as relações com a UE devem ser bilaterais, e disse: “Somos uma nação orgulhosa e que respeita a si mesma, com uma longa história”.
Mais sobre o corte do apoio orçamentário
Além disso, Kobakhidze declarou que o governo georgiano passará a rejeitar qualquer financiamento proveniente de Bruxelas. A decisão segue o corte de apoio orçamentário da UE à Geórgia, que havia sido anunciada devido à implementação da polêmica lei de “agente estrangeiro” e outras ações do governo do partido Georgian Dream, vistas como antidemocráticas.
Com a oposição se recusando a reconhecer a legitimidade do novo parlamento e boicotando suas atividades, Kobakhidze segue no cargo de primeiro-ministro, e embora o parlamento tenha aprovado seu novo gabinete, os assentos da oposição permanecem vagos.
Na outra quinta-feira (21/11), o Parlamento Europeu adotou uma resolução que criticava o partido Georgian Dream por “retrocesso democrático”, apontando violações eleitorais. Os eurodeputados declararam que os resultados das eleições não eram confiáveis e pediram à comunidade internacional que não os reconhecesse.
O Parlamento Europeu também pediu a imposição de sanções da UE contra o primeiro-ministro e outros altos funcionários da Geórgia, alegando que as políticas de Tbilissi são incompatíveis com os objetivos de integração do país à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os legisladores europeus pediram, também, uma investigação internacional independente sobre as alegações de manipulação eleitoral, sugerindo sanções pessoais contra aqueles “responsáveis pelas violações democráticas”, citando a possibilidade de interferência russa na política interna da Geórgia.