Glauber Braga e estudantes são presos pela PM em desocupação da UERJ
Mobilização na universidade iniciada há dias protestava contra mudanças na concessão de bolsas e auxílios
A Polícia Militar cumpriu, nesta sexta-feira (20/09), a desocupação do prédio da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde estudantes estavam acampados em protesto contra as mudanças nos critérios para obtenção de bolsas e auxílios assistenciais.
O Batalhão de Choque da PM utilizou bombas de efeito moral e spray de pimenta contra os estudantes. O deputado federal Glauber Braga (PSOL), que prestava apoio ao grupo, foi detido, além de dois estudantes e uma jornalista, informou a advogada popular Clarice Chacon.
A desocupação foi autorizada por decisão judicial assinada pela juíza da 13ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Luciana Lopes. A ação ocorreu no Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do campus Maracanã da Uerj. A Justiça havia dado o prazo de 24h para que os estudantes deixassem o local. O prazo terminou na quinta-feira (19/09), às 13h, e foi descumprido pelo movimento de ocupação.
As reivindicações dos alunos começaram após a universidade anunciar cortes de auxílios direcionados a estudantes de baixa renda pelo Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 038/2024), chamado pelos discentes de “Aeda da Fome”.
A assessoria do deputado Glauber Braga destacou se tratar de uma detenção ilegal, pois “um deputado federal só pode ser detido em flagrante por crime inafiançável”.

Glauber Braga, dois estudantes e uma jornalista foram detidos pela PM durante desocupação truculenta na UERJ
A também deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL), esposa de Glauber, pontuou que considera a ação “absurda e mais uma arbitrariedade e autoritarismo do governador Claudio Castro, mas também da reitoria da UERJ”. A afirmação foi feita em vídeo enviado pela assessoria de imprensa da parlamentar.
“Os estudantes ocupavam a reitoria desde julho por uma pauta absolutamente justa e necessária, que é a volta das bolsas de permanência estudantil para os estudantes mais pobres, que dependem dessas bolsas para conseguir desenvolver os seus estudos”, defendeu.
O Brasil de Fato solicitou posicionamento da Reitoria da UERJ e informações à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
