O Google acelerou o ritmo do processo de criptografia do seu banco de dados após denúncia que Reino Unido e EUA podem ter acesso ilimitado ao sistema que protege a privacidade dos usuários. A informação foi revelada oficialmente pela empresa na noite desta sexta-feira (07/09).
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A gigante da internet teme pela perda de confiança de milhões de pessoas que acessam o sistema diariamente. “Queremos preservar nossa reputação”, garante o Google, por meio de um porta-voz, em entrevista ao Washington Post. A empresa realiza o processo desde 2012, mas só agora resolveu otimizar a velocidade de codificação.
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Criptografar dados, dizem especialistas, não vai tornar impossível às agências de Inteligência das potências mundiais espionar a internet. “No entanto, vai fazer que tudo fique muito mais difícil. É como se fosse um corrida militar”, afirma Eric Grosse, vice-presidente de engenharia do Google, à imprensa norte-americana.
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Na última quinta-feira (05), novos vazamentos de informações secretas revelaram que as agências de inteligência britânica e norte-americana desbloquearam parte da criptografia online usada por centenas de milhões de pessoas para proteger a privacidade dos seus dados pessoais, transações e e-mails.
Os documentos mostram que a NSA (sigla em inglês para Agência Nacional de Segurança) e a sua equivalente britânica fraudaram as garantias que as empresas de internet costumam dar aos usuários para tranquiliza-los sobre a segurança de suas comunicações.
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A Inteligência norte-americana também usa um programa criado há 10 anos contra as tecnologias de criptografia. Em 2010, usando esse programa, foram coletadas “grandes quantidades” de dados. A NSA descreve os programas de decodificação como o “preço do ingresso para os EUA manterem o acesso irrestrito e uso do ciberespaço”.
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Investimento em fibra ótica
Um dos principais formuladores da política externa do governo Lula (2003-2010), o ex-ministro e embaixador Samuel Pinheiro Guimarães argumenta que o Brasil deveria aumentar os investimentos em fibra ótica para se proteger dos programas de espionagem dos Estados Unidos.
Em entrevista a Opera Mundi em julho, Pinheiro Guimarães disse que a ação norte-americana não é uma novidade, pois é “realizada em alguma medida por satélite desde 1948”.
“É um problema simples para a presidente Dilma resolver. Basta aumentar os recursos do Programa Nacional de Banda Larga, pois a fibra ótica é o único sistema que pode dar privacidade ao país e seus cidadãos. Se tivermos o dinheiro necessário, temos solução. Caso contrário, não”, afirmou. O Programa Nacional da Banda Larga foi criado em maio de 2010 e tem como um dos objetivos “aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras”, argumenta