A coligação governista da Índia, do primeiro-ministro Manmohan Singh, venceu as eleições gerais encerradas neste sábado (16). O resultado foi confirmado no domingo pela Comissão Eleitoral, confirmando anúncio que havia sido feito ontem pelo Partido do Congresso, que lidera a coligação. A oposição já havia reconhecido a derrota.
O Partido do Congresso elegeu 206 deputados e, junto com os aliados, terá direito a 262 cadeiras, dez a menos que o necessário para formar maioria absoluta, mas bem acima da quantidade obtida na última eleição: 145. Contará, portanto, com maioria mais folgada. O BJP (Bharatiya Janata Party) ficou com 116 deputados, 22 a menos que em 2004 e, terá 159 cadeiras juntamente com os aliados. A terceira força no Parlamento será o Partido Socialista, com 23 representantes.
O comitê central do Partido do Congresso reuniu-se neste domingo em Nova Délhi para estudar o cenário pós-eleitoral e buscar aliados. O novo governo deve ser formado até 2 de junho, de acordo com a Constituição.
Desde 1991, esse é o parlamento menos fragmentado formado na Índia. Alguns observadores esperavam a formação de um parlamento fragmentado, que poderia levar a uma coalizão governamental frágil, com um grande número de pequenos partidos ocupando mais da metade das 543 cadeiras do Parlamento.
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“O povo votou por um governo estável, quer um primeiro-ministro que pense no país”, afirmou o porta-voz da legenda vencedora e ministro da Ciência Kapil Sibal. A presidente do Partido do Congresso, Sonia Gandhi, agradeceu a “confiança depositada de novo” em seu partido pelo eleitorado indiano.
Em entrevista coletiva, a líder oposicionista Lal Krishna Advani afirmou que vai “aceitar o veredito popular”. A ex-ministra Sushma Swara concordou e “reconheceu a derrota”.
O Partido do Congresso ampliou também seu banco de votos em detrimento da Terceira Frente, que tinha se apresentado como alternativa às duas grandes forças do país. Os comunistas sofreram um baque em seus dois redutos tradicionais, Bengala e Kerala, e obtiveram apenas 19 cadeiras – um terço das que já tinham.
O secretário-geral do Partido Comunista da Índia-Marxista, Prakash Karat, disse ter sofrido um “grande golpe” e admitiu a necessidade de “um sério exame dos motivos” do fracasso eleitoral, segundo a agência PTI.
A líder “dalit” Mayawati, que tinha levantado grandes expectativas como liderança da Terceira Frente, não conseguiu bons resultados fora de seu reduto, Uttar, e fica, por enquanto, com 21 cadeiras (frente às 19 anteriores).
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O processo eleitoral na Índia, que tem cinco faces e define o primeiro-ministro e a formação do Parlamento, começou no dia 16 de abril e terminou no dia 13 de maio.
A Índia possui um eleitorado de 714 milhões de pessoas. Segundo o chefe da Comissão Eleitoral, Navin Chawla, 428 milhões votaram, o que representa uma participação de 59% a 60% – ante 58% nas últimas eleições.
Assista a uma reportagem sobre a eleição:
(Atualizada no domingo, 17, às 15h)
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