Domingo, 18 de maio de 2025
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O chefe de gabinete da presidência da Argentina, Aníbal Fernández, reiterou hoje (30) que o governo não aceitará a renúncia do economista Martín Redrado do Banco Central até que uma comissão parlamentar analise sua remoção e emita uma sentença, na terça-feira (2). O ministro da Economia, Amado Boudou, anunciou em coletiva de imprensa que a saída de Redrado não geraria riscos para o país.

Fernández, de acordo com a agência governamental Telam, também acusou Redrado de atribuir a si próprio “conquistas que não são suas, mas sim do governo”, em referência ao fato de o economista ter feitos elogios a sua gestão em entrevista a jornalistas ontem. “Tenho a satisfação de que, no período entre 2004 e 2010 o Banco Central superou a mais importante crise financeira internacional das últimas décadas, brindando estabilidade monetária, financeira a todos os argentinos”, afirmou redrado.

“Ele nunca foi trabalhar em um domingo [falando do dia em que o economista tentou ingressar na entidade monetária, sem sucesso]. Sabem quantas vezes foi impossível encontrá-lo no Banco Central porque estava jogando golf? Sabem a quantidade de gastos que teve financiados pelo BC?”, questionou Fernández.

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Ele deu como exemplo de má conduta uma reunião em que Redrado disse à presidente Cristina Kirchner “que iríamos ter uma balança comercial de seis bilhões de dólares e que não sabia como iríamos pagar as dívidas de 2010, quando na realidade o valor foi de 17,1 bilhões de dólares”.

Garantias

O ministro da Economia, Amado Boudou, concordou que a renúncia de Redrado não pode ser aceita, porque “há um trâmite em andamento no Congresso Nacional, que deve ser concluído”.

Em uma entrevista à Radio del Plata, Boudou afirmou que o economista deveria ter apresentado a renúncia há um mês à presidente que preferiu “armar esse circo, envolvendo a justiça”.

“Com a desordem em que nos meteram a oposição, o monopólio do Clarín, a população quer consumir, viver tranqüila. Esse será um bom ano”.

O ministro também assegurou que a economia argentina não será afetada pela saída de Redrado. “O dólar e a inflação continuarão dentro das taxas pré-fixadas e seguiremos trabalhando pelo Fundo Bicentenário”.

“Parece que havia uma planta no Banco Central que Redrado regava todos os dias e assim cresciam as reservas, o que não é verdade. As reservas são resultado das políticas levadas adiante por Cristina”, concluiu.

No início do ano, após a recusa de Redrado a habilitar o uso de reservas para pagar dívidas soberanas, a presidente argentina o destituiu em 8 de janeiro por decreto, sem prévia consulta a uma comissão parlamentar, um requisito contido na Carta Orgânica da entidade monetária.

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