O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta quarta-feira (10/01) a suspensão temporária das negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN).
“Ante esta situação, foi conversado com Gustavo Bell [negociador do governo colombinano], que as negociações fossem suspensas de imediato [para] avaliar o futuro do processo”, afirmou Santos durante um discurso pela televisão.
O governo colombiano alega que a ELN seria autora de um suposto ataque contra a população civil, as Forças Armadas e um oleoduto na madrugada desta quarta. No entanto, ainda que o envolvimento do grupo não tenha sido comprovado, o presidente colombiano reiterou que o governo deve atuar com “contundência” frente ao suposto atentado.
Wikimedia Commons
Presidente Juan Manuel Santos acusou ELN de atentado contra oleoduto
NULL
NULL
“Sempre estivemos dispostos a prorrogar o cessar-fogo com a ELN que, inexplicavelmente, se negou e retomou os ataques terroristas”, escreveu Santos em seu Twitter. O presidente acrescentou que ordenou que Bell retornasse de Quito, onde acontecem as conversas, para “avaliar o futuro do processo” de paz.
Segundo a ELN, a trégua não podia ser prorrogada sem uma nova tratativa com Bogotá. Além disso, o grupo acusou o governo de “falta de vontade política”. Em um comunicado oficial, a ELN afirmou também que “a maioria da elite governante ainda está pensando em lucrar com a guerra”, como teria sido visto em 2017, “um exemplo trágico de como o regime fortaleceu sua máquina de guerra e intensificou o genocídio dos líderes populares que se opõem a ela”.
Após o fim das negociações com as Farc (então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), e sua transformação em movimento civil, o ELN passou a se tornar o maior grupo guerrilheiro da Colômbia, com cerca de 1.500 combatentes.