Com objetivo de reduzir os altos índices de mortalidade materna e infantil, o governo da Bolívia está entregando a mulheres grávidas e a crianças de até dois anos um bônus para motivar o acompanhamento médico.
“Não se pode continuar perdendo crianças e mães. Mães, para dar vida a uma criança, morrem e se fizermos uma análise da história, mais de 50% das crianças morreram no passado, sem que o Estado fizesse nada”, disse o presidente Evo Morales em discurso na quarta-feira (27).
Boliviana recebe bônus em La Paz – ABI (27/05/2009)
O bônus se chama Juana Azurduy de Padilla,em homenagem a heroína da independência da Bolívia.
A doação consiste em 50 bolivianos (o equivalente a sete dólares) destinados a cada um dos quatro exames obrigatórios de pré-natal e 120 bolivianos (17 dólares) para o parto. Além disso, quando a criança nascer, a mulher receberá 125 bolivianos (17,6 dólares) a cada dois meses, até que o bebê complete dois anos. No total, entre a gravidez e os primeiros dois anos de vida, as mulheres receberão 260 dólares.
De acordo com as previsões do governo, o programa pode reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil, uma vez que as mães terão um incentivo para fazer controle pré e pós-natal.
Elevada taxa de mortalidade
De acordo com o Ministério da Saúde, morrem na Bolívia 53 de cada mil bebês nascidos e mais de 234 mulheres morrem a cada 10 mil partos.
Para justificar o programa, alvo de críticas da oposição por ter sido instituído em um ano eleitoral, Morales relembrou sua infância. Contou que, em sua família, nasceram sete filhos, mas somente três sobreviveram. Os outros morreram por conta da falta de cuidados médicos na população indígena de Orinoca, onde ele nasceu.
“Não é uma campanha eleitoral. É dever do Estado boliviano. E uma forma de cumprir a nova Constituição, uma vez que indica que as mulheres têm o direito à maternidade segura”, disse Morales.
Ele disse que, em princípio, o bônus seria dado às mulheres solteiras que engravidam, porque, segundo ele, muitas vezes são abandonadas pelo noivo e pela família. Mas então, decidiu ampliar o benefício para todas as mulheres, independentemente do estado civil.
O bônus Juana Azurduy se soma a outros dois planos assistenciais, que também têm fins sociais. Um deles é o Pinto Juancito, dado à escola para evitar o abandono escolar e o outr, Renta Dignidad, é voltado para as pessoas idosas com mais de 65 anos.
O dinheiro para manter o benefício virá da Tesouraria Geral da Nação e de um empréstimo do Banco Mundial.
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