Governo da Venezuela expropria rede francesa de supermercados e outros 200 estabelecimentos
Governo da Venezuela expropria rede francesa de supermercados e outros 200 estabelecimentos
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou que a rede de supermercados Éxito, controlada pela multinacional francesa Casino Guichard Perrachon, passará ao controle do Estado, sob a acusação de remarcar preços após a desvalorização do bolívar. São seis hipermercados e 32 supermercados. Além destes, outros 200 estabelecimentos no país foram fechados após reajustarem os valores dos produtos.
“Até quando vamos permitir que isso aconteça?”, perguntou Chávez em seu programa dominical “Alô, Presidente”. O presidente venezuelano disse que poderá ser necessário aprovar uma nova legislação para que a nacionalização seja concluída. “Estou esperando a nova lei para começar o processo de expropriação”, disse. “Não haverá volta atrás”. Ele acusa a rede de reincidência em especulação de preços.
Chávez tratou a decisão tanto como expropriação quanto como nacionalização. A maior parte da mídia, incluindo a rede de tevê estatal VTV, usou o termo expropriação, que pressupõe a tomada de controle sem pagamento de indenização. Mas não houve detalhamento sobre este ponto.
As lojas controladas pela Éxito serão usadas pela Comerso (Corporação de Mercados Socialistas), uma nova cadeia varejista estatal que procura vender produtos a preços “socialistas”, segundo o presidente.
De acordo com a Casino, a nacionalização da rede não irá afetar a perspectiva financeira geral do grupo. A contribuição da subsidiária venezuelana ao lucro da Casino em 2009 foi próxima de zero, segundo um porta-voz da companhia francesa, citado pela Agência Estado.
O governo desvalorizou há dez dias a moeda nacional, que tinha cotação fixa de 2,15 por
dólar desde 2005. A Venezuela, que depende de importações para boa
parte de seu abastecimento, tem agora duas cotações oficiais para a
moeda norte-americana: 2,60 para produtos de primeira necessidade,
remessas e importações do setor público, e 4,30 para os demais produtos
e para a venda dos dólares obtidos com o petróleo.
O objetivo é reduzir em até 40% as importações, estimulando assim a economia
interna, segundo a administração Chávez.
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