O governo do Sudão do Sul e a oposição assinaram nesta quinta-feira (23/01) em Adis-Abeba um acordo de cessar-fogo, depois de mais de um mês de um conflito que colocou o país mais jovem da África à beira da guerra civil.
O pacto foi assinado pelos chefes da pelos chefes da delegação do governo sul-sudanês, tenente-general Nhail Deng Nhail, e da delegação opositora, general Taban Deng.
Agência Efe
A partir da esq,: Nhial Deng Nhial, o ministro etíope de Relações Exteriores, Tedros Adhanom, e Taban Deng Gai assinam acordo
“O governo é capaz de fazer seu exército cumprir a cessação das hostilidades e aplicar a letra e o espírito do acordo”, assegurou Deng Nhail, que apertou as mãos de seu interlocutor após assinar o pacto.
“Acreditamos que nossos camaradas que perdem as forças na prisão são presos de consciência por suas opiniões políticas. Pensamos que sua presença física é importante para que as negociações terminem com sucesso”, disse o negociador opositor.
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Negociações
A fim de acabar com a violência, o governo e os rebeldes sul-sudaneses tinham definido na semana passada em Adis-Abeba parte dos detalhes de um cessar-fogo, apesar de persistirem pontos de atrito, como as condições para colocá-lo em andamento.
As negociações encalharam em várias ocasiões pela insistência dos insurgentes em exigir, para conseguir um acordo, a libertação incondicional dos “presos políticos” no Sudão do Sul.
A presença ativa de tropas de Uganda – membro da Igad – no Sudão do Sul também provocou mal-estar na oposição armada, que acusam os soldados ugandenses de atacar suas posições e de transgredir assim o espírito das negociações.
A ONU e sete países da África Oriental também atuam na região. Em breve, a missão das Nações Unidas terá 12.500 soldados no Sudão do Sul.
O conflito no Sudão do Sul explodiu no último dia 15 de dezembro, quando o presidente do país, Salva Kiir, acusou seu ex-vice-presidente e atual líder opositor, Riek Mashar, de uma tentativa golpista. Cerca de 10 mil pessoas morreram durante os enfrentamentos e 335 mil, se viram obrigadas a abandonar suas casas.
(*) Com Efe