Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
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O Governo haitiano prepara planos de deslocamento em massa dos desabrigados pelo terremoto de terça-feira passada, cujo número está estimado em 600 mil pessoas, disseram à Agência Efe fontes oficiais. “Em muitos casos vamos ter que proceder ao deslocamento da população, e planejamos construir acampamentos provisórios para receber as vítimas” para evitar epidemias, disse o ministro do Interior haitiano, Antoine Bien-Aimé.

Segundo o ministro, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) entregou uma grande quantidade de tendas de campanha para os desabrigados, mas o Governo ainda não começou a distribuí-las por ainda não ter decidido “se é melhor dar as tendas ou deslocá-los em massa”, disse.

O ministro da Saúde haitiano, Alex Larsen, assegurou que já foram encontrados “mais de 25 mil” mortos, a maior parte dos quais foi parar em valas comuns, onde são cobertos com cal virgem e depois com terra. Seu colega de Interior assegurou que em todo o país deve haver ao redor de 100 mil mortos.

Cal virgem e terra

Por enquanto, os mortos estão sendo depositados em valas comuns e tratados com cal virgem antes de serem cobertos com terra, mas o governo não descartou ter que recorrer a cremações em massa.

Na capital haitiana perambulam cerca de 600 mil pessoas que ficaram sem-teto. Sem água, sem comida e sem banho, cada um sobrevive como pode a cada dia, muitos deles recorrendo aos acampamentos que foram sendo improvisados.

EFE/Ricardo Rojas


Dentro desta população, estariam aproximadamente 37 mil mulheres grávidas, espalhadas pelas ruas do país, expostas à falta de comida, água potável e atendimento médico, alertou a ONG Care.

Em um país onde metade da população tem menos de 18 anos, a situação também é crítica para um número indeterminado de mães que acabou de dar à luz e ainda amamenta, e também para os próprios recém-nascidos.

“Há mulheres dando à luz na rua, diretamente na rua. A situação é muito crítica. As mulheres tentam chegar ao hospital mais próximo, mas a maioria deles está cheia e é muito difícil elas conseguirem os cuidados que requerem”, destacou Sophie Perez, diretora da Care no Haiti.

Já antes da tragédia, o Haiti tinha a mais alta taxa de mortalidade materna da região: 670 óbitos por cada 100 mil nascimentos.

Governo haitiano planeja evacuações em massa para evitar epidemias

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