Governo italiano recebe pedido de extradição de Zambelli
A deputada do PL está na lista vermelha da Interpol, é condenada a 10 anos de cadeia por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça
O Embaixador do Brasil em Roma, na Itália, Renato Mosca entregou nesta quinta-feira (12/06) a solicitação de extradição da deputada Carla Zambelli. A bolsonarista é alvo de um mandado de prisão internacional e condenada a 10 anos de cadeia por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) enviou a solicitação na última quinta-feira (11/06) ao Ministério da Justiça, que inclui garantias diplomáticas, como o compromisso de não aplicar pena perpétua nem punições por motivação política. A documentação foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, segundo a CNN Brasil.
O Itamaraty é o órgão responsável pelas negociações com as autoridades do país europeu, com quem o Brasil possui acordo de extradição.
Dessa forma, a decisão depende da analise do governo italiano, a Itália encaminhará o pedido ao Ministério da Justiça que, em seguida, o enviará para o Judiciário do país europeu, que tomará a decisão final.

Embaixada em Roma recebe pedido de extradição de Zambelli
Alan Santos/PR
Foragida
A deputada chegou à Itália na manhã da última quinta-feira (05/06), país que ela alegou não poder ser extraditada por ter cidadania italiana.
Ao aterrissar em Roma, a Interpol, aliado da Polícia Federal (PF) planejavam realizar a prisão no aeroporto, entretanto, o seu nome ainda não estava incluído na lista vermelha da Interpol. Zambelli é considerada procurada em 196 países.
O deputado italiano Angelo Bonelli, da Aliança Verdes e Esquerda (AVS), se posicionou na época questionando o paradeiro ao ministro do Interior, Matteo Piantedos: “Por que não foi determinado um monitoramento sobre ela, a partir do momento em que era sabido que ela tomaria um avião de Miami para Roma e que dali a pouco seria emitida uma notícia vermelha de prisão internacional por parte da Interpol?”.
Condenação
O ministro do STF, Alexandre de Moraes determinou a prisão da deputada, que deixou o Brasil após ser condenada por auxiliar um hacker a invadir os sistemas de mandados judiciais do CNJ e emitir um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira (06/06), a Primeira Turma do STF – formada por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia –, manteve por unanimidade, a sentença contra a deputada: 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, além de perda do mandato parlamentar (a ser declarada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado), inelegibilidade por oito anos e multa de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
(*) Com Ansa