Governo mexicano recebe críticas pela atuação no combate ao narcotráfico
Governo mexicano recebe críticas pela atuação no combate ao narcotráfico
Na guerra de combate ao narcotráfico no México, as medidas do governo não parecem adequadas, de acordo com o procurador nacional antimáfia italiano, Piero Grasso. “É um grave erro usar o Exército em operações antimáfia. As competências do Exército são outras, como por exemplo a defesa do Estado de agressões externas. Os militares não têm competências específicas para conduzir a luta contra o narcotráfico”, declarou durante uma recente viagem ao México. Segundo ele, é necessária uma força policial que esteja preparada para conduzir a “complexidade do fenômeno e que, possivelmente, seja livre de corrupção”.
No México, país onde o chefe do cartel de Sinaloa, Joaquín Guzmán Loera, conhecido como “Chapo Guzmán”, aparece na revista Forbes entre os 700 homens mais ricos do mundo, com um patrimônio de mais de um bilhão de dólares, muitas organizações expressam indignação contra o Estado e o acusam de estar alheio, quando não envolvido, na violência.
Para Victoria Caraveo, diretora da organização Mulheres por Juárez, não existe sensibilidade por parte da administração de Felipe Calderón a respeito da irritação da população por esta guerra sem sentido.
“O presidente da República não tem uma estratégia clara, nenhum plano A, B ou C. Como é triste, agora, dizer que o que aconteceu à família do oficial morto pelos Beltrán Leyva é um ato covarde, quando ele [o governo] mesmo foi quem provocou isso que aconteceu. Nós não pedimos para estar nestas condições”. E completa: “Sob as atuais circunstâncias, hoje entendemos porque chamam os delinquentes de crime organizado, porque o governo está totalmente desorganizado e desarticulado, e a sociedade é quem paga as consequências”, afirmou.
A parte à reação frente ao duro golpe que a morte do “Chefe dos Chefes” e a captura do irmão dele, Carlos, causaram aos Beltrán Leyva, agora as consequências diretas serão uma resposta de violência por parte dos membros do cartel (como o assassinato da família do oficial da Marinha) e, sobretudo, o risco de mais uma guerra para “tapar” o buraco deixado pela repentina eliminação de líderes importantes. Isso foi tudo foi originado pela luta contra o narcotráfico nos últimos três anos frente às políticas militares do governo de Calderón.
Por outro lado, o Executivo não parece querer mudar a estratégia, apesar das afirmações do secretário de Segurança Pública, Genaro García Luna, segundo o qual as operações estão dando “resultados evidentes, que falam por si só” e que indicam que “estamos no caminho certo na luta contra o narcotráfico”.
Nos próximos meses espera-se um aumento da violência, das operações com estratégias pouco claras, das denúncias de cidadãos, do fogo cruzado entre forças policiais, da impunidade e da violação aos direitos humanos.
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