Os Estados Unidos convidaram o governo cubano a retomar as conversas a respeito de assuntos migratórios, que tinham sido suspensas em 2004, como anunciou ontem um porta-voz do Departamento do Estado norte-americano. “Com esta retomada nas negociações, nós pretendemos reafirmar o compromisso dos dois lados com a migração legal, segura e ordenada. (Pretendemos) também revisar a tendência recente de imigração ilegal de cubanos para os EUA e aprimorar as relações operacionais em assuntos migratórios”, disse o porta-voz do Departamento de Estado Ian C. Kelly, de acordo com o jornal The New York Times.
A primeira vez que os governos discutiram sobre o assunto foi em 2003, os contatos foram suspensos logo no ano seguinte, por ordem de então presidente George W. Bush. Na época os Estados Unidos, acusaram Cuba de não dar permissão de saída a pessoas que haviam conseguido vistos americanos.
O possível reatamento dos contatos foi aplaudido pela Fundação Nacional Cubano-americana em Miami, na Flórida. Em comunicado, a organização assinalou que a iniciativa do Governo dos EUA constitui “uma oportunidade para resolver temas de interesse nacional”.
Robert Pastor, assessor para a América Latina durante o Governo do presidente Jimmy Carter (1977-1981), disse ao jornal “The New York Times” que a oferta “é um muito importante em direção ao começo de um novo diálogo entre Estados Unidos e Cuba”.
Ainda que festejada a decisão não agrada a todos, quatro senadores de origem cubana do estado da Flórida se mostraram contra a proposta no Congresso norte-americano. “Iniciar estas conversas sem progresso por parte do regime (cubano) não é condizente com o declarado interesse da Administração de ver um movimento por parte do Governo de Castro”, afirmou o senador democrata Robert Menéndez, de descendência cubana.
“Estas conversas deveriam estar condicionadas a que se afrouxem as restrições aos vistos de saída (de Cuba) e se permita a diplomatas americanos visitar imigrantes repatriados para comprovar se foram castigados ou não”,concluiu Menéndez
Os outros três senadores, Lincoln Díaz-Balart, Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz-Balart, disseram que a proposta é “uma concessão unilateral do governo Obama a uma ditadura”.
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