Terça-feira, 10 de junho de 2025
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O governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (22/05) que a Universidade Harvard, em Cambridge, está proibida de admitir estudantes estrangeiros. A medida da Casa Branca é válida até mesmo para aqueles que já estudam na instituição, considerada a mais prestigiada dos EUA. Dessa forma, estes precisariam ser transferidos.

“Com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis) da Universidade Harvard está revogada”, diz a carta endereçada à universidade e assinada pela secretária do Departamento de Segurança Interna da Casa Branca, Kristi Noem. O Sevis é o principal sistema norte-americano de admissão de estudantes estrangeiros.

No comunicado, a gestão do mandatário de extrema direita acusou a Harvard de tomar uma “conduta pró-terrorismo”, alegando que a medida foi implementada pela recusa a cumprir as normas exigidas pelo governo.

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“Harvard teve várias chances de fazer a coisa certa, mas se recusou. Com isso, perdeu a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio por não cumprir a lei”, informou, acrescentando que o instituto “fomentou a violência e o antissemitismo”.

Por sua vez, a Harvard rechaçou a ação do governo Trump, classificando-a como ilegal, e garantiu que permanecerá comprometida em “manter a habilidade de receber estudantes e professores de mais de 140 países”.

Universidade de Harvard foi proibida de ter alunos estrangeiros por decisão do governo Trump
Wikimedia Commons/EllenSetembro

As ameaças por parte do Departamento de Segurança Interna norte-americano à Harvard começaram em abril. Entretanto, a universidade, com apoio de outras instituições educacionais, recusou-se a se submeter à supervisão do governo norte-americano e a fornecer informações sobre seus estudantes estrangeiros, suas contratações e sua postura política.

Naquele mês, a Harvard teve o repasse de milhões de dólares em fundos federais suspensos sob a alegação de promover o antissemitismo e antiamericanismo ao supostamente alimentar “uma latrina de motins extremistas”. Nesta quinta-feira, Noem ainda acusou a instituição de “coordenar com o Partido Comunista Chinês”.

Só neste ano, a universidade recebeu cerca de 6,8 mil estudantes internacionais. Ou seja, um em cada quatro estudantes não tem nacionalidade norte-americana.

“Essa ação retaliatória ameaça prejudicar seriamente a comunidade de Harvard e nosso país, e compromete a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard”, afirmou a instituição.

(*) Com Ansa e Deutsche Welle