O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai afirmou nesta quinta-feira (01/09), por meio de nota, que o governo de Tabaré Vasquez considera uma “profunda injustiça” o impeachment de Dilma Rousseff, afastada de forma definitiva do cargo nesta semana.
“Para além da legalidade invocada, o governo uruguaio considera uma profunda injustiça dita destituição”, afirma o texto.
Segundo o comunicado, o governo uruguaio acompanhou “com atenção” a situação política brasileira, que culminou, na quarta-feira (31/08), com a votação no Senado que decidiu pelo impeachment da “presidente eleita legitimamente pelo povo brasileiro”.
Sobre Dilma, a nota cita o papel da ex-mandatária brasileira em “fortalecer a histórica relação bilateral, que permitiu alcançar uma aliança estratégica que resultou em benefício para ambos os povos”.
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma Rousseff em declaração a veículos de imprensa após impeachment
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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, o governo do país “aspira que, no marco da institucionalidade democrática, o povo brasileiro alcance seus objetivos de estabilidade e desenvolvimento”.
O impeachment de Dilma gerou reações de repúdio de governos de Bolívia, Equador, Venezuela e Cuba, que condenaram o “golpe de Estado” no Brasil. Os três primeiros países convocaram de volta seus representantes diplomáticos em Brasília.
O ministro de Interior do Uruguai, Eduardo Bonomi, afirmou na manhã de quinta à rádio local Carve 850 que a destituição de Dilma tem “características de golpe de Estado”.
Bononi acrescentou que o presidente recém-empossado, Michel Temer, “não tem nenhuma legitimidade” e que o impeachment da ex-mandatária “afeta a democracia brasileira e a situação da região inteira”.
Leia a íntegra da nota, em espanhol
Acerca de los procesos políticos y jurisdiccionales en la República Federativa del Brasil
COMUNICADO DE PRENSA Nº 93/16
El Gobierno de la República Oriental del Uruguay ha seguido con atención los procesos políticos y jurisdiccionales en la República Federativa del Brasil, que culminaron en el día de ayer con la decisión del Senado de destituir a la Presidenta electa legítimamente por el pueblo brasileño.
Uruguay desea destacar el rol de la Presidenta Dilma Rousseff en fortalecer la histórica relación bilateral, que permitió alcanzar una alianza estratégica que ha redundado en beneficio de ambos pueblos.
Uruguay aspira a que en el marco de la institucionalidad democrática, el pueblo brasileño alcance sus objetivos de estabilidad y desarrollo.
Más allá de la legalidad invocada, el Gobierno uruguayo considera una profunda injusticia dicha destitución.
Montevideo, 1º de setiembre de 2016