Quarta-feira, 26 de março de 2025
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O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, anunciou neste domingo (02/03) um projeto de modernização da rede ferroviária do país.

A iniciativa foi apresentada diante do Parlamento do país, como forma de tentar obter o voto de confiança da base aliada e de parte da oposição, visando diminuir a crise política enfrentada pelo seu governo.

“Nossa infraestrutura deve ser modernizada e tornada segura, porque o que foi feito nos últimos anos simplesmente não é suficiente”, disse Mitsotakis em um discurso.

A declaração foi contestada por alguns setores da oposição, sobretudo quando o premiê questionou “o que foi feito nos últimos anos”, já que ele está no poder de forma praticamente ininterrompida desde julho de 2019 – exceto pelo período de um mês em que Ioannis Sarmas governou como interino, entre maio e junho de 2023.

Onda de protestos

A administração de Mitsotakis, líder do partido conservador Nova Democracia, vêm enfrentando uma onda de protestos que dura quatro meses, pela insatisfação da população com os rumos políticos e econômicos do país.

“Os cidadãos, tanto os que marcharam em protesto quanto os que choraram em silêncio, exigem o óbvio: verdade e justiça para as vítimas e um Estado que tome medidas para garantir que tal tragédia nunca mais se repita, além de transporte público seguro e moderno, que o país merece”, argumentou o premiê.

Aristidis Vafeiadakis / Zumapress
Último grande protesto em Atenas recordou as 57 vítimas do acidente ferroviário de fevereiro de 2023

A última grande manifestação realizada em Atenas aconteceu na última sexta-feira (28/02), e reuniu centenas de milhares de pessoas que recordaram o segundo aniversário de uma das maiores tragédias ferroviárias da história do país.

O acidente ocorreu em 2023, na linha que liga Atenas a Tessalônica, quando um trem interurbano teve um choque frontal com um trem de carga no desfiladeiro de Tempe. No total, 57 pessoas morreram, a maioria estudantes que estavam no trem interurbano.

No entanto, o estopim da onda de protestos contra o governo de Mitsotakis foi a greve geral iniciada em novembro passado, que mobilizou trabalhadores de diversos setores, incluindo educação, logística, construção, transporte público e saúde.

A primera paralisação, em 20 de novembro de 2024, durou 24 horas e exigiu a revogação das chamadas leis anti-trabalhistas, que incluem medidas que ampliaram as horas de trabalho, e pediram a restauração de salários justos.

Desde então, o país já registrou outras duas greves a nível nacional, uma em dezembro e outra em fevereiro, e diversas manifestações setoriais, mas com demandas similares às do primeiro movimento, realizado em novembro.

 

Com informações de The Guardian.