Oitenta e oito por cento dos gregos desejam que seu país permaneça na zona do euro, desde que a União Europeia relaxe as medidas de austeridade fiscal. Caso isso não ocorra, eles estarão abertos à possibilidade de voltar ao antigo dracma. Este é o resultado de uma pesquisa de opinião da empresa Pulse RC publicada nesta sexta-feira (18/05) pela revista To Pontiki.
Segundo o estudo, 54% das pessoas entrevistadas responderam que quer permanecer no euro fazendo sacrifícios até certo ponto. No entanto, se não houver outra alternativa, preferem voltar ao dracma. Dos entrevistados, 34% se mostraram partidários de permanecer na moeda única a qualquer preço e 7% querem o retorno imediato do dracma.
Essa é a primeira pesquisa sobre o tema desde o fracasso das negociações para formar um novo governo após a eleição realizada no dia 6 de maio, o que estimula rumores sobre uma eventual saída da Grécia da zona do euro.
Este é também o primeiro estudo que vincula a opinião dos gregos sobre o euro (sempre majoritariamente a favor da moeda única) e as medidas de austeridade da UE (rebatidas pela maioria).
Só os eleitores da conservadora ND (Nova Democracia) e do social-democrata Pasok se mostraram majoritariamente favoráveis a permanecer no euro a qualquer preço, enquanto os eleitores dos outros partidos preferem a opção de ficar na zona do euro com o relaxamento da austeridade.
A pesquisa também indica que o favorito para as eleições do junho próximo é a Syrirza (Coalizão da Esquerda Radical), com 24,5% intenções de voto (quase 8 pontos a mais do que os obtidos no dia 6 de maio), seguido pelo ND, com 21,5%.
Esta é a tendência mostrada pelas pesquisas publicadas desde as eleições (com exceção de um que dá a vantagem de 2,5 pontos ao ND sobre Syriza). Elas apontam que os demais partidos manterão o nível alcançado dia 6.
A Syriza é a coligação que responde ao desejo da maioria, pois defende o não abandono do euro, mas exige a revogação do memorando de austeridade imposto por Bruxelas e ratificado pelo ND e Pasok.
Diante dos rumores de uma saída ou expulsão da Grécia do euro, nos últimos dias foram retirados centenas de milhões de euro das contas bancárias da Grécia. Nesta sexta-feira a situação nas caixas é de normalidade. “Enquanto a Grécia se mantiver no euro, não haverá pânico bancário”, explicou o economista-chefe do Alphabank, Michael Massurakis.
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Enquanto isso, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que hoje se encontra em Atenas, mostrou sua preocupação pela instabilidade política na Grécia e se disse partidário do reforço do poder da União Europeia.
“A Europa tem agora um poder limitado. Só assim teremos a oportunidade de provar que não queremos escravizar à Grécia, mas simplesmente ajudá-la”, disse Schulz durante uma visita ao presidente da República, Karolos Papoulias.
A chanceler alemã, Angela Merkel, ligou nesta sexta a Papoulias para falar sobre a situação da Grécia, mas o conteúdo da conversa não se tornou público.
Também hoje, o conservador Vyron Polydoras (ex-ministro de Ordem Pública) foi eleito como novo presidente do Parlamento até sua dissolução, que se espera para os próximos dias, já que o plenário deve permanecer fechado pelo menos até três semanas antes das eleições, previstas para 17 de junho, mas que ainda não foram convocadas oficialmente.