Autoridades francesas afirmaram nesta sexta-feira (09/09) ter desarticulado um grupo de mulheres orientado pelo Estado Islâmico na Síria e que pretendia realizar um ataque no centro de Paris.
“O objetivo deste comando era claramente cometer um atentado”, declarou o procurador de Paris, François Molins, em entrevista coletiva, acrescentando que no grupo havia “jovens mulheres guiadas por indivíduos da organização terrorista EI na Síria”.
O plano seria provocar uma explosão com um carro sem placa que foi abandonado na madrugada do domingo (04/09) a algumas centenas de metros da catedral de Notre Dame de Paris com seis botijões de gás e três garrafas com gasóleo em seu interior.
Segundo Molins, não foi encontrado nenhum detonador ou dispositivo de ativação para a explosão, mas a polícia científica encontrou um cigarro semiconsumido ao lado dos botijões, o que indicaria a tentativa de explodir o veículo.
Agência Efe
François Molins, procurador de Paris, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (09/09)
Três suspeitas, identificadas como Inès Madani, de 19 anos, Sarah H., de 23, e Amel S., de 39 – e descritas como “radicalizadas” pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve –, foram detidas na quinta-feira (08/09) quando saíam do domicílio da mais velha delas em Boussy Saint Antoine, 25 quilômetros ao sul de Paris.
Segundo o procurador de Paris, os serviços secretos que as investigavam com escutas telefônicas as localizaram e as cercaram quando tiveram a convicção que tinham “um projeto de ação violenta terrorista iminente”. Tal projeto seria um ataque à estação de Gare de Lyon, no sudeste da capital francesa.
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Durante a operação, H. esfaqueou um dos agentes e Madani tentou o mesmo com outro, que abriu fogo e a feriu com um tiro na perna.
Nesta manhã também foi detida em Clichy-sous-Bois, no subúrbio norte de Paris, uma filha de Amel S. que ainda não completou 16 anos, mas que os investigadores suspeitam que também esteve implicada nos preparativos terroristas.
Tanto Madani, cujo pai constava como proprietário do carro abandonado nos arredores da catedral de Notre Dame, como H. estavam fichadas pelos serviços secretos por terem tentado viajar à Síria para integrar-se em grupos jihadistas.
No momento da prisão, Madani trazia no bolso um bilhete no qual constava um juramento de fidelidade ao EI e uma reprodução de um texto do grupo extremista afirmando que “atacaremos vocês em seu território para atacar seus espíritos e aterrorizá-los”.
De acordo com as autoridades francesas, H. tinha um testamento em seu nome em sua casa e foi noiva de dois homens que realizaram ataques na França nos últimos meses e foram mortos pela polícia: Larossi Abballa, que em junho assassinou em seu domicílio de Magnanville, na região de Paris, um casal de funcionários da polícia, e Adel Kermiche, que em julho matou um padre em uma igreja de Saint Étienne du Rouvray, na Normandia.
H. estaria agora noiva de Mohammed Lamine Aberouz, detido na quinta-feira (08/09) em Le Mureaux, outra cidade da periferia parisiense, e que também está fichado pelos serviços secretos. O irmão dele está preso por seus vínculos com Larossi Abballa desde o crime de Magnanville.
*Com Agência Efe