A vida das pessoas que as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) mantêm como reféns está em perigo por causa de operações militares como a que terminou com a morte de Alfonso Cano, chefe máximo da guerrilha. A advertência partiu nesse sábado (05/11) de um grupo de intelectuais liderado pela congressista Piedad Córdoba.
O grupo CCP (Colombianas e Colombianos pela Paz) sustentou que a intensidade dos bombardeios e operações militares pôs em risco iminente os 21 soldados sequestrados pelos rebeldes, assim como as comunidades camponesas e indígenas.
“São ações que, sem nenhum caráter humanitário, descarregam seu chumbo e suas bombas no afã de obter vitórias militares a qualquer preço”, criticou este coletivo em comunicado divulgado em Bogotá.
A CCP se declarou preocupada com a postura do governo de Juan Manuel Santos, propício ao “confronto armado” acima da “saída política mediante o diálogo e a negociação”.
“O governo de Santos carece de uma política verdadeira de paz e a única que busca é manter os privilégios e o lucro que obtém mediante a guerra”, acrescentou o grupo, que se reuniu em Bogotá para analisar a saída de cena do líder rebelde, que morreu na sexta-feira pela noite em combate no sudoeste do país. “O fato é um “duro golpe para a paz”.
A associação foi criada para manter uma “troca de correspondências” da sociedade com as FARC e também com seus rivais do ELN (Exército de Libertação Nacional).
Além disso, o grupo de intelectuais participou do passado na libertação de militares e policiais reféns das FARC, uma dúzia dos quais foram devolvidos por gestões de facilitação de Córdoba.
Apesar da morte de Alfonso Cano, apelido do antropólogo Guillermo León Sáenz, o CCP pediu aos dois grupos rebeldes para que mantenham as propostas de diálogo que promovem desde antes de Santos ter chegado ao poder, em agosto de 2010, e ao presidente para que não esqueça sua oferta com o mesmo fim.
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