Guardian: Netanyahu quer apoio de Trump para atacar instalações nucleares iranianas
Segundo jornal, Israel quer 'neutralizar a ameaça' do Irã
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu “concluir o trabalho” de neutralizar a ameaça do Irã, já que o governo sionista estaria considerando ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas nos próximos meses. A informação é do jornal britânico Guardian.
Segundo o periódico, essa promessa seria possível com o apoio dos Estados Unidos agora liderados pelo direitista Donald Trump. O republicano, no entanto, disse que prefere negociar um acordo com o Irã, mas colocou sobre a mesa uma exigência inicial bastante ambiciosa: que Teerã abandone completamente todo o seu programa nuclear.
Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano não descarta uma ofensiva militar do seu país “caso as negociações não prosperem”. O que paira no ar nos Estados Unidos, segundo o Guardian, é que Israel poderia estar considerando bombardear instalações nucleares iranianas nos próximos meses e quer o apoio de Trump para isso.
No domingo (16/02), o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Michael Waltz, disse na emissora Fox News que a gestão Trump só conversará com o Irã “se o país desistir de todo o seu programa nuclear” e não ficar com “jogos como vimos o Irã fazer em negociações anteriores”.
No início de fevereiro, Trump fez uma ameaça indireta ao Irã em declarações ao New York Post: “gostaria de fazer um acordo com o Irã sobre armas não nucleares. Prefiro isso a bombardeá-los até o inferno”.
As agências de inteligência dos Estados Unidos alertaram a intenção de Israel em atacar instalações nucleares iranianas no primeiro semestre de 2025, ressaltando a dependência israelense em apoio norte-americano na forma de reabastecimento aéreo, inteligência e reconhecimento.
Autoridades do país também disseram que tais ataques, no máximo, atrasariam o programa do Irã em alguns meses e poderiam desencadear a decisão de Teerã de dar o passo decisivo em direção à fabricação de urânio de grau militar.
Apesar das dúvidas em Washington, o governo Trump aprovou a venda no início deste mês de kits de orientação para bombas BLU-109 destruidoras de bunkers, que provavelmente serão essenciais para causar danos à usina de enriquecimento mais profundamente enterrada do Irã, em Fordow.

Benjamin Netanyahu quer apoio de Donald Trump para ataques contra Irã
Moscou continuará apoiando programa nuclear do Irã
Por outro lado, a agência de notícias russa Tass noticiou nesta terça-feira (18/02) que as negociações Rússia-Estados Unidos que começaram na Arábia Saudita não terão impacto na cooperação de Moscou com Teerã.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Moscou está pronta para ajudar Teerã a resolver problemas relacionados com seu programa nuclear. A cooperação entre os dois países nessa área começou em 2013. Mas, desde o início, o programa iraniano vem sendo objeto de polêmicas internacionais e sanções ao Irã.
“Moscou atribui grande importância às boas relações com o Irã e pretende desenvolvê-las de forma abrangente, incluindo o fornecimento de assistência na solução dos principais problemas, inclusive de seu programa nuclear”, disse Peskov.
