Quarta-feira, 26 de março de 2025
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu “concluir o trabalho” de neutralizar a ameaça do Irã, já que o governo sionista estaria considerando ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas nos próximos meses. A informação é do jornal britânico Guardian.

Segundo o periódico, essa promessa seria possível com o apoio dos Estados Unidos agora liderados pelo direitista Donald Trump. O republicano, no entanto, disse que prefere negociar um acordo com o Irã, mas colocou sobre a mesa uma exigência inicial bastante ambiciosa: que Teerã abandone completamente todo o seu programa nuclear.

Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano não descarta uma ofensiva militar do seu país “caso as negociações não prosperem”. O que paira no ar nos Estados Unidos, segundo o Guardian, é que Israel poderia estar considerando bombardear instalações nucleares iranianas nos próximos meses e quer o apoio de Trump para isso.

No domingo (16/02), o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Michael Waltz, disse na emissora Fox News que a gestão Trump só conversará com o Irã “se o país desistir de todo o seu programa nuclear” e não ficar com “jogos como vimos o Irã fazer em negociações anteriores”.

No início de fevereiro, Trump fez uma ameaça indireta ao Irã em declarações ao New York Post: “gostaria de fazer um acordo com o Irã sobre armas não nucleares. Prefiro isso a bombardeá-los até o inferno”.

As agências de inteligência dos Estados Unidos alertaram a intenção de Israel em atacar instalações nucleares iranianas no primeiro semestre de 2025, ressaltando a dependência israelense em apoio norte-americano na forma de reabastecimento aéreo, inteligência e reconhecimento.

Autoridades do país também disseram que tais ataques, no máximo, atrasariam o programa do Irã em alguns meses e poderiam desencadear a decisão de Teerã de dar o passo decisivo em direção à fabricação de urânio de grau militar.

Apesar das dúvidas em Washington, o governo Trump aprovou a venda no início deste mês de kits de orientação para bombas BLU-109 destruidoras de bunkers, que provavelmente serão essenciais para causar danos à usina de enriquecimento mais profundamente enterrada do Irã, em Fordow.

benjamin netanyahu e nicolás maduro
White House / D.Myles Cullen
Benjamin Netanyahu quer apoio de Donald Trump para ataques contra Irã

Moscou continuará apoiando programa nuclear do Irã

Por outro lado, a agência de notícias russa Tass noticiou nesta terça-feira (18/02) que as negociações Rússia-Estados Unidos que começaram na Arábia Saudita não terão impacto na cooperação de Moscou com Teerã.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Moscou está pronta para ajudar Teerã a resolver problemas relacionados com seu programa nuclear. A cooperação entre os dois países nessa área começou em 2013. Mas, desde o início, o programa iraniano vem sendo objeto de polêmicas internacionais e sanções ao Irã.

“Moscou atribui grande importância às boas relações com o Irã e pretende desenvolvê-las de forma abrangente, incluindo o fornecimento de assistência na solução dos principais problemas, inclusive de seu programa nuclear”, disse Peskov.