Uma guerra contra o Irã está no horizonte do governo israelense, que já declarou em diversas ocasiões que a opção não foi descartada. Protocolos para guiar as agências e ministérios do país em caso de um conflito foram criados e até tuneis subterrâneos construídos. A administração parece ter se preparado para todas as consequências do confronto. Mas será que pensou nos custos desse conflito?
Agência Efe
Essa é a pergunta de Yarom Ariav, que atuou como ministro das Finanças de 2007 a 2009, às autoridades do país. Especialista em custos de guerra, o israelense projeta as consequências de uma possível guerra contra o Irã para a economia do país baseando-se em conflitos anteriores.
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Durante a segunda guerra contra o Líbano, em 2006, Israel gastou 8,2 bilhões de shekels (4,1 bilhões de reais) para reabastecer suas Forças Armadas com novos equipamentos e materiais e outros 7 bilhões de shekels (3,5 bilhões de reais) em indenizações e custos de reconstrução, diz Ariav em artigo no jornal israelense Globes. Ou seja, em um conflito de 34 dias contra um inimigo muito menos poderoso que o Irã onde os militares israelenses atuaram apenas em uma frente, o estado gastou, no total, 15,2 bilhões de shekels (7,6 bilhões de reais).
“E isso foi antes dos sistemas bélicos caros que temos agora”, disse ele ao jornal israelense Haaretz. Ariav ainda acrescenta que o conflito também traz prejuízos à economia do país por desacelerar sua produção, diminuir o turismo e influenciar os preços no mercado internacional.
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“O PIB diário de Israel é de três bilhões de shekels (1,5 bilhões de reais). Durante uma guerra em que o país é atacado por mísseis diariamente, escolas fecham, pessoas não vão trabalhar e o PIB [Produto Interno Bruto] será reduzido pela metade”, escreve o economista. “Isso significa que um conflito de 30 dias custa 50 bilhões de shekels (25 bilhões de reais) de perdas no PIB, o que irá reduzir as receitas fiscais e aumentar o orçamento”.
Em um momento de crise econômica e insatisfação social com as medidas de austeridade em Israel, os cálculos de Ariav trazem outro ponto de vista da crítica da política de segurança desenvolvida pelo governo.