O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou neste sábado (07/09) um plano de golpe de Estado contra seu governo, empreendido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país para “suspendê-lo de suas funções e evitar qualquer processo de transformação em favor às maiorias historicamente excluídas” do país.
Por meio das redes sociais, o primeiro mandatário colombiano de esquerda advertiu que “a Constituição não permite que um órgão puramente administrativo e político como o CNE prepare o caminho para suspender o presidente das suas funções”.
As ações do órgão eleitoral colombiano decorrem no contexto de uma investigação interna, liderada pelo juiz Benjamín Ortiz, do Partido Liberal, e Álvaro Hernán, do Centro Democrático, partido do ex-presidente de direita Álvaro Uribe.
A investigação alega a campanha eleitoral de Petro como responsável por exceder os limites de gastos permitidos e recebidos durante a corrida presidencial de 2022.
O presidente colombiano rejeita tais acusações e declarou “não aceitar” a tentativa de destituição do poder “através de um documento de uma sala de consulta do Conselho de Estado sem força vinculativa”. Petro também considerou que investigação “não tinha mais jurisdição do que 30 dias após a eleição”, ocorrida em 19 de junho de 2022.
Assim, o presidente colombiano afirmou que este processo do CNE “faz parte de um esforço mais amplo de desestabilização do seu governo” e que provém de uma articulação contrária aos interesses do povo, que envolve setores empresariais, políticos e criminosos, que “representam interesses de quem historicamente assumiu o poder” no país.
Segundo Petro, os setores conservadores agem em oposição às reformas sociais e políticas apresentadas pelo seu governo em favor da população mais pobre.
Diante da ameaça de um golpe de Estado e de um retrocesso antidemocrático na Colômbia, organizações sociais e sindicais como a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o Comando Nacional Unitário (CNU) e a Coordenadoria Nacional para a Mudança ( CNPC), convocaram uma assembleia.
A reunião acontecerá nos dias 14 e 15 de setembro e servirá para organizar, no dia 19 de setembro, uma mobilização nacional massiva, com epicentro na Praça de Bolívar, para rejeitar o golpe de Estado e repudiar os setores conservadores.
(*) Com TeleSUR