Militantes palestinos do Hamas declararam hoje (18) que irão interromper os ataques com foguetes contra Israel durante uma semana. A informação veio horas depois do anúncio de um cessar-fogo unilateral feito pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, às 02h em Tel Aviv – 22h em Brasília.
Ao longo da semana, o Hamas espera que Israel evacue seu exército por completo da Faixa de Gaza. “Exigimos que Israel se retire em uma semana e que abra as fronteiras para a passagem de ajuda humanitária para o nosso povo”, afirmou a uma rede de televisão Síria, Moussa Abu Marzouk, alto-oficial do Hamas.
No entanto, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, afirmou que determinadas posições do Exército israelense permanecerão ativas em Gaza. Para ele, Israel atingiu sua meta, porém, caso seja atacado pelo Hamas, irá responder. “O Exército está ao redor da Faixa de Gaza, observando de perto qualquer movimentação e prestando atenção a qualquer sussurro, pronto para responder caso receba informações de que violações continuam sendo feitas”, disse na abertura da reunião semanal com seus ministros, antes do anúncio do cessar-fogo palestino.
No mesmo encontro, Olmert também reconheceu que a trégua em Gaza é “frágil”. O líder israelense fez questão de deixar claro que o Hamas não fez parte de nenhum acordo para a trégua e Israel não pretende dialogar com o grupo.
Os primeiros tanques se retiraram hoje de posições ao sul e ao norte de Gaza. No entanto, ainda restam tropas ao leste e a oeste do território palestino. Ehud Olmert não falou diretamente sobre a abertura das passagens que ligam Israel à Faixa de Gaza, mas afirmou que permitirá a entrada de ajuda humanitária.
Apesar da trégua, tanto Israel quanto o Hamas prosseguiram com agressões. Na manhã de hoje, pelo menos 19 mísseis do Hamas foram lançados contra o norte de Israel – sendo que dois após o cessar-fogo palestino. Três pessoas foram levemente feridas. Já o Exército israelense matou um palestino a tiros, na fronteira com Israel. De acordo com fontes, o agricultor havia ido a sua propriedade ver o estado de seus campos quando soldados abriram fogo.
O cessar-fogo israelense veio 23 dias após o início da investida militar contra Gaza, que já vitimou mais de 1.200 palestinos e feriu quase 5.000. Do lado israelense, 10 soldados e 4 civis morreram.
Reunião em Sharm-El-Sheik
Os líderes internacionais que participaram da conferência sobre a Faixa de Gaza convocada pelo presidente do Egito, Hosni Mubarak, pediram hoje a aceleração dos esforços em prol do alcance de uma “paz duradoura” na região e da consolidação dos recentes anúncios de Israel e do Hamas em favor de uma trégua.
“Estamos convencidos de que a paz não é impossível e que temos a obrigação moral de consegui-la”, afirmou o chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, no encerramento do encontro.
Da cúpula, participaram o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e chefes de Estado ou de Governo de países como França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Turquia e Jordânia.
“É necessário continuar nossos esforços para consolidar o cessar-fogo e garantir a retirada das tropas israelenses”, afirmou, por sua vez, o anfitrião da cúpula e presidente do Egito, Hosni Mubarak.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, lembrou que estava fazendo sua segunda visita ao Oriente Médio desde o início da ofensiva de Israel, 27 de dezembro.
Segundo o chefe de Estado francês, enquanto em sua primeira visita só se ouvia “a linguagem das armas”, agora fala-se de trégua. “Este é o começo de nossa viagem. Devemos prosseguir e acelerar nossos esforços”, insistiu Sarkozy.
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