O Hamas rejeitou uma proposta da ONU (Organização das Nações Unidas) para um cessar-fogo de cinco anos com Israel em troca do fim do bloqueio econômico imposto na Faixa de Gaza. O projeto de acordo também incluía a reabertura do espaço aéreo e marítimo no enclave palestino.
Para o vice-diretor do grupo islâmico palestino, Mousa Abu Marzouk, a oferta, rejeitada nesta quinta-feira (12/03), alargaria o “abismo” existente entre Gaza, comandada pelo Hamas, e a Cisjordânia, liderada pela ANP (Autoridade Nacional Palestina), de Mahmoud Abbas. Além disso, Marzouk argumenta que a proposta permitiria que Israel “engolisse a Cisjordânia com novos assentamentos”.
EFE
Criança brinca com escombros de prédios destrúdos após última operação israelense em Gaza
“Estamos pagando um preço alto pela nossa postura de manter o bloqueio e prolongar a pressão econômica sobre Gaza, mas rejeitamos qualquer ideia que levaria à separação entre Faixa de Gaza e Cisjordânia. Apesar do fato de que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e seu governo estejam ativamente fazendo isso em suas políticas”, criticou o membro do Hamas.
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A oferta foi elaborada por oficiais palestinos da ANP — sem contar com a participação de membros do Hamas, que controla Gaza — e israelenses, bem como pelo coordenador especial da ONU para paz no Oriente Médio, Robert Serry. Segundo o enviado das Nações Unidas, a projeto tinha como intuito ajudar na reestruturação econômica da região.
Entre julho e agosto de 2014, a Faixa de Gaza foi palco de uma operação israelense intitulada “Margem Protetora” contra o grupo islamita. Durante 50 dias, contudo, os confrontos resultaram na morte de mais de 2.200 palestinos, a maioria, civis, e 71 israelenses. Quase 100 mil casas ficaram destruídas no conflito e a economia local se estagnou em meio aos escombros.
“A reabilitação de Gaza levará anos. O que precisamos é de comprometimento de todas as partes de longa duração para a reconstrução da qual todas as facções palestinas deveriam prometer e fazer parte”, sugeriu Serry durante visita ao enclave.
Desde o fim do enfrentamento, os esforços para manter a trégua mediada pelo Egito se mantêm estagnados devido à deterioração da situação de segurança no Sinai e as relações complexas que mantém o Executivo do Cairo com o Hamas.
Mês passado, o grafiteiro britânico Banksy coloriu prédios destruídos e mostrou rotina em Gaza:
