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No dia 10 de agosto de 1806, morre em Salzburg aos 68 anos Johann Michael Haydn, compositor austríaco do período clássico e irmão mais novo de Joseph Haydn.
Haydn nasceu em 1737 na pequena cidade de Rohrau. Seu pai, Mathias, era um entusiasmado músico folclórico que durante sua juventude foi autodidata na harpa. Ao longo da vida, ensinou também canto a seus filhos.
A carreira profissional de Michael foi pavimentada pelo seu irmão, cuja habilidade em cantar o havia levado a ser menino soprano na catedral de São Estévão, em Viena, onde trabalhou como corista. Michael foi um estudante de música tão brilhante quanto Joseph, e quando Joseph atingiu a idade em que não mais podia manter a voz de soprano, Michael o substituiu com igual brilhantismo.
Pouco depois de ter deixado o coral da escola, Michael foi indicado mestre-capela em Nagyvárad e, mais tarde, em 1762, em Salzburgo. Ocupou esse cargo por 43 anos, durante os quais escreveu mais de 360 composições para a igreja e muita música instrumental. Em 17 de agosto de 1768, casou-se com a cantora Maria Magdalena Lipp. Nessa mesma época, conheceu Mozart, que tinha uma opinião bastante favorável sobre sua obra. Foi também professor dos eminentes compositores Carl Maria von Weber e Anton Diabelli.
Michael permaneceu próximo de Joseph durante toda a vida. Joseph considerava que as obras religiosas de Michael eram superiores as suas próprias. Em 1802, quando Michael recebeu “honoráveis posições e lucrativas propostas”, tanto de Esthjerázy quanto do grão-duque da Toscana, escreveu a Joseph em Viena pedindo conselhos, mas resolveu permanecer em Salzburgo.
O processo de catalogação
Michael Haydn jamais compilou um catálogo temático de suas composições, nem pediu que alguém o fizesse. O mais antigo catálogo de seus trabalhos foi compilado em 1808 por Nikolaus Lang para a Biographische Skizze. Em 1907, Lothar Perger compilou um catálogo de seus trabalhos orquestrais, o Perger-Verzeichnis para o Denkmäler der Tonkunst, na Áustria. Este é, de algum modo, mais confiável que o catálogo de Lang.
Algumas de suas composições orquestrais estão relacionadas na catalogação de Perger. Em 1915, Anton Maria Klafsky conduziu um trabalho similar com relação a sua música sacra de coral. Em 1982, Charles H. Sherman, que havia registrado em disco muitas das sinfonias de Joseph para o selo Doblinger, publicou um catálogo cronológico das sinfonias de Michael, acolhido por certas companhias fonográficas. Mais tarde, em 1991, Sherman juntou-se a Donley Thomas para publicar um catálogo cronológico de todas as músicas de Michael Haydn, utilizando uma numeração contínua, a exemplo do que fez Köchel com relação a toda a obra musical de Mozart.
A tarefa da catalogação das músicas de Michel foi facilitada porque quase sempre ele punha data quando concluía seus manuscritos. É necessário estimar datas quando o autógrafo de uma dada obra não sobrevive para a posteridade.
A influência sobre Mozart
As obras corais sacras de Michael Haydn são em geral consideradas como as mais importantes, como o Requiem pro Defuncto Archiepiscopo Sigismundo em Dó menor – que influenciou bastante o Requiem de Mozart -, a Missa Hispanica, uma Missa em Ré menor, uma Lauda Sion. Foi também um prolífico músico secular de cerca de 40 sinfonias e partitas, um bom número de concertos e música de câmara que inclui um Quinteto de Cordas em Dó maior, que muitos julgaram ter sido composto por seu irmão Joseph.
Requiem pro Defuncto Archiepiscopo Sigismundo em Dó menor – Dies Irae (Em latim, O dia da ira).
Houve outro caso de erro de identidade envolvendo Michael Haydn durante anos. A peça que é agora conhecida como a Sinfonia nº 25 pensou-se ter sido escrita por Mozart e catalogada como a Sinfonia nº 37, K. 444. A confusão surgiu porque foi descoberto um manuscrito que tinha o movimento de abertura similar ao de Mozart. Imaginou-se que Mozart, por razões desconhecidas, havia composto uma introdução mais lenta, mas examinando-se o restante da obra conclui-se que era mesmo de Haydn. Essa peça que se executava como sendo de Mozart, passou a ser consideravelmente menos executada desde que se desfez a confusão em 1907.
Com efeito, porém, muitas das obras de Michael influenciaram Mozart Para dar apenas dois exemplos: o Te Deum, que Mozart seguiu bem próximo em seu K. 141″ e o final da Sinfonia nº 23, que influenciou o final do Quarteto em Sol maior, K. 387.
Também nesse dia:
1830 – Vênus de Milo é encontrada na Grécia
1897 – Felix Hoffman descobre o ácido acetilsalicílico, conhecido como aspirina
1945 – Japão aceita os termos da Conferência de Potsdam e capítula incondicionalmente
1920 – Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz
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