Após duas semanas de intensa pressão da União Soviética, em 25 de fevereiro de 1948, o presidente da Tchecoslováquia, Eduard Benes, cede poder para o partido comunista e seu líder, Klement Gottwald.

De todos os países da Europa Central libertados do nazismo e ocupados pelas forças do Exército Vermelho, a Tchecoslovàquia era o único que possuía uma tradição democrática e um partido comunista poderoso. Com 38% dos votos nas elçeições de 1946, mantinha cargos importantes no governo.

Em julho de 1947, a Tchecoslováquia aceitou por unanimidade uma ajuda dos EUA nos moldes do Plano Marshall. Mas Stalin impõe um veto ao país. É certo que Praga, completamente ocupada por tropas soviéticas depois da queda do nazismo, não tinha a menor possibilidade de resistir a essa pressão.

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No outono de 1947, os comunistas tchecos mobilizam todos os seus escalões. Fazem fracassar um projeto de aliança com a França e iniciam um isolamento do Ocidente.

Uma investigação policial traz à tona tentativas de assassinato contra dirigentes políticos não comunistas, mas o partido replica alegando que esse seria um complô de fascistas eslovacos que queriam se livrar do presidente Benes. A grande inquietação está, na realidade, no estancamento de seu eleitorado.

O ministro do interior, um comunista, nomeia jovens para todos os cargos da polícia. Por decreto, substitui, de uma só vez, oito comissários da região de Praga. Considerando que a medida se excedia, os ministros não-comunistas exigiram em 17 de fevereiro a revogação do decreto.

Em 19 de fevereiro, o partido comunista convoca seus militantes a se mobilizar. No dia seguinte, os ministros moderados põem seus cargos à disposição em sinal de protesto. No domingo, 22 de fevereiro, enquanto o presidente Benes descansa em sua casa decampo, diversos regimentos de polícia marcham sobre Praga por ordem do ministro do interior e efetuam as primeiras prisões.

Na quarta-feira, 25 de fevereiro, esgotado, o presidente se convence da convocação de Gottwald para formar um novo governo. Os adversários viam na jogada política uma espécie de golpe de estado que só alcançou êxito graças à ingenuidade dos democratas.

Em 30 de maio do mesmo ano, ocorrem eleições gerais. Os comunistas obtém cerca de 90% e, em 14 de junho, Gottwald assume a Presidência da República.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jan Masaryk, filho de um líder da independência da Tchecoslováquia, é encontrado morto sob as janelas de seu apartamento, supostamente por ter se mostrado contrário às medidas institucionais adotadas. Eduard Benes, outro grande nome da independência, morre em 3 de setembro de 1948.

O país adota o sistema soviético que prevaleceu durante quarenta, salvo um breve intervalo por ocasião da chamada «primavera de Praga», de 1968.

No ocidente, o chamado golpe de Praga foi percebido como um primeiro passo na direção de uma terceira guerra mundial. Na Alemanha, as zonas de ocupação aliada consolidam suas posições e passam a se opor ativamente à zona de ocupação soviética.

Stalin reage, tentando asfixiar Berlim Ocidental com um bloqueio terrestre. Em 4 de abril de 1949, é assinado o tratado de fundação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar dos paises do Ocidente. A guerra fria entra numa fase ativa que duraria até o fim da década de 1980.

Também nesse dia:

1921 – Henri Landru, o 'Barba Azul', é executado na França

1986 – Ferdinand Marcos é deposto nas Filipinas

1873 – Nasce Enrico Caruso, o grande tenor do início do século 20 

1964 – Cassius Clay nocauteia Sonny Liston e se torna o mais jovem campeão mundial dos pessos-pesados 

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