Quinta-feira, 12 de junho de 2025
APOIE
Menu

Negociações complicadas e envoltas em extrema tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética resultaram em 27 de outubro de 1962 em um plano para pôr fim a duas semanas de aguda crise, conhecida como a Crise dos Mísseis em Cuba. Foram 14 dias assustadores em que o holocausto nuclear parecia iminente. Entretanto, nesse dia começou-se a encontrar uma saída.

Wikicommons



EUA mostram provas de mísseis em Cuba na Assembleia Geral da ONU, em novembro de 1962

Desde que o presidente John F. Kennedy dirigiu em 22 de outubro uma advertência pública aos soviéticos para que cessassem seu temerário programa de instalar armas nucleares em território cubano e anunciou uma ‘quarentena’ naval contra embarques adicionais de armamento a Cuba, o mundo conteve sua respiração para ver o que as duas superpotências fariam.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

As forças armadas dos EUA foram colocadas de sobreaviso e o Comando Aéreo Estratégico subiu o seu alerta ao Estágio 4, um passo antes do ataque nuclear. Em 24 de outubro, milhões de pessoas tinham a atenção voltada para ver se os navios soviéticos enviados a Cuba, carregando mísseis adicionais, tentariam romper o bloqueio naval de Washington ao redor da ilha. No último minuto, os barcos da União Soviética deram meia volta e retornaram às bases.

Leia mais:

Hoje na História: 1941 – Stalin muda o comando do Exército Vermelho

História: muro de Berlim foi erguido para conter migração e comércio

Hoje na História – 1960: Um ano após revolução, Fidel Castro visita Nova York



Carta sobre Turquia

Em 26 de outubro, o líder soviético Nikita Kruchev respondeu ao bloqueio enviando, o que alguns analistas consideraram, uma longa e desconexa carta a Kennedy oferecendo uma composição: os navios soviéticos com destino a Cuba “não carregariam qualquer tipo de armamento” se os EUA se comprometessem a jamais invadir Cuba. Ele apelou a Kennedy para “avaliar bem onde ações agressivas e de pirataria, que o senhor declarou ter os EUA intenções de levar adiante, poderiam levar.” Aduziu a esta correspondência uma outra, no dia seguinte, oferecendo a remoção dos mísseis de Cuba se os EUA removessem seus mísseis da Turquia.

Kennedy e outros altos funcionários da Casa Branca debateram uma resposta adequada às ofertas soviéticas. O procurador-geral Robert Kennedy finalmente concebeu um plano aceitável: aceitar a primeira oferta de Kruchev e ignorar a segunda carta. Segundo a Casa Branca, embora os EUA pudessem levar em consideração a retirada dos mísseis da Turquia em algum momento no futuro, concordar naquele momento com sua remoção poderia manifestar uma aparência de fraqueza. Não obstante, atrás das cortinas, os diplomatas russos foram informados que os mísseis seriam removidos da Turquia a partir do momento que os mísseis soviéticos fossem retirados de Cuba. Essa informação teria sido acompanhada de uma ameaça: se os mísseis cubanos não fossem levados embora em 48 horas, os EUA recorreriam à força militar. Era agora a vez de Kruchev propor uma saída para terminar com o dramático impasse.

Os mísseis foram retirados de Cuba no prazo estipulado e confirmou-se a condição de Cuba não ser jamais invadida. Fidel Castro manifestou sua profunda irritação por não ser consultado a propósito das negociações e só muitos meses mais tarde o inconformismo com a ação de Kruchev pôde ser superada por ocasião de uma visita oficial do líder cubano a Moscou.


Outros fatos marcantes da data:

27/10/2005 – Rebelião de jovens das periferias se espalha na França

27/10/1807 – Tratado entre França e Espanha estabelece o desmembramento e adjudicação dos estados portugueses

27/10/1998 – Carlos Menem torna-se o primeiro presidente argentino a visitar o Reino Unido após a guerra das Malvinas

Siga o Opera Mundi no Twitter


Hoje na História: 1962 - EUA e URSS põem fim à Crise dos mísseis de Cuba

NULL

NULL

NULL