O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos publicou um comunicado nesta terça-feira (13/08), no qual assume que os houthis assumiram o controle do escritório da entidade na cidade de Sanaa, capital do Iêmen.
A informação foi revelada em um texto assinado pelo próprio alto comissário Volker Türk, que pede ao grupo iemenita que permita o retorno do pessoal da Organização das Nações Unidas (ONU) ao seu local de trabalho.
“As forças de Ansar Allah (como também são conhecidos os houthis) devem deixar as instalações (da ONU) e devolver todos os seus bens e pertences imediatamente”, disse Türk, no comunicado.
A nota do Alto Comissariado esclarece que o local foi ocupado pelos houthis há exatos 10 dias, em 3 de agosto, mas não explica porque a entidade não reconheceu essa situação antes.
O texto afirma que os houthis “obrigaram nossos funcionários a entregarem seus pertences, documentos, móveis, veículos e chaves do escritório”.
Türk também disse que “entrar num escritório da ONU sem permissão e apreender documentos e propriedades pela força é totalmente incompatível com os privilégios e imunidades das Nações Unidas”.
“Se trata, também, de um sério ataque à capacidade da ONU de cumprir o seu mandato, incluindo o relacionado com a promoção e proteção dos direitos humanos”, completou.
Por sua parte, os houthis alegam que a entidade tem falhado em defender os direitos humanos dos iemenitas, que enfrentam agressões por parte dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, e também dos palestinos residentes na Faixa de Gaza, que sofrem há mais de 10 meses com uma ofensiva militar promovida por Israel, a qual já causou a morte de quase 40 mil pessoas.