Iêmen proíbe exportações de petróleo bruto dos EUA pelo Mar Vermelho
Sanções anti-EUA entram em vigor a partir de 17 de maio em resposta aos ataques de Washington
O governo do Iêmen irá proibir as exportações de petróleo bruto dos Estados Unidos a partir de 17 de maio em resposta aos ataques de Washington, anunciou o Centro de Coordenação de Operações Humanitárias (HOCC) do país, em comunicado à imprensa neste sábado.
A resolução será adotada em reação aos recentes ataques aéreos dos EUA contra a população e infraestrutura na nação árabe.
“Assim como o inimigo americano anteriormente atacou o porto petrolífero de Ras Issa, na província de al-Hudaydah, em 17 de abril de 2025, atingindo instalações civis, trabalhadores e funcionários, em um crime horrível que é considerado um dos massacres mais hediondos cometidos contra a humanidade, em uma tentativa de sitiar o povo iemenita, a República do Iêmen tem o direito de responder aos crimes, massacres e crimes de guerra cometidos pelo inimigo americano contra o povo iemenita, sua infraestrutura e suas capacidades”, afirma o comunicado.
O diretor executivo do HOCC acrescentou que os ataques das tropas estadunidenses causaram centenas de mortes e feridos, incluindo mulheres e crianças. Ele alegou que os ataques visam assediar o povo iemenita e destruir a sua capacidade econômica.
“Portanto, foi tomada uma decisão para proibir a exportação, reexportação, transferência, carregamento, compra ou venda de petróleo bruto dos EUA (Código SH 2709.00) de portos dos EUA, direta ou indiretamente, incluindo transferências de navio para navio (STS), no todo ou em parte, inclusive por meio de terceiros”, afirma o texto.
Empresas podem ser punidas
O HOCC afirma que “as empresas que violarem a proibição serão colocadas na lista de sanções de autores de agressão contra o Iêmen”.
“As frotas dessas empresas serão proibidas de cruzar o Mar Vermelho, Bab al-Mandab, o Golfo de Áden, o Mar Arábico e o Oceano Índico”, diz o texto.
Na plataforma X, Nasruddin Amer, membro do bureau político do movimento de resistência Ansarullah do Iêmen, alertou que participar de qualquer transação com as empresas listadas traz o risco de sanções.
“As sanções também podem se estender a entidades nas quais essas empresas sejam acionistas, gerentes seniores ou proprietários efetivos de empresas listadas, cônjuges e parentes de primeiro grau de pessoas físicas listadas, entidades nas quais pessoas físicas listadas ocupem cargos de alta gerência e entidades controladas por ou envolvidas no estabelecimento e gestão de pessoas físicas listadas, bem como aqueles que lidam com elas”, detalhou.
Ele também frisou que as proibições são “parte do direito legítimo da República do Iêmen de responder aos crimes de guerra cometidos pelo inimigo americano contra o povo iemenita, sua infraestrutura e seus recursos”.
Exceções
O governo iemenita prevê isenções para fins humanitários ou para países e empresas que se opuserem às políticas dos Estados Unidos.
“A resolução também incluiu a possibilidade de conceder exceções ou autorizações para fins humanitários, ou para países e empresas que se oponham às políticas e decisões do governo dos EUA”, mediante solicitação ao governo ienemita, escreveu Amer.
